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Condutor com excesso de álcool responde por acidente com ferido grave em Vila Franca

Condutor com excesso de álcool responde por acidente com ferido grave em Vila Franca

Vítima sofreu ferimentos e reclama indemnização de 75 mil euros

O arguido, que se encontra a cumprir pena de prisão por um outro processo, acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,03 gramas por litro.O corpo do motociclista foi projectado cerca de 20 metros.

Um indivíduo de 30 anos é acusado de não ter respeitado o limite máximo de velocidade ao entrar na madrugada de 26 de Maio de 2002 com um ligeiro de passageiros na Rua Direita de Povos, em Vila Franca de Xira, e de ter embatido com violência num motociclo oriundo do Bairro Residencial de Povos. Devido à violência do embate, o condutor do motociclo foi projectado a cerca de vinte metros de distância, galgando um muro compacto de 1,80 metros de altura que se encontrava protegido de vidros de garrafas quebradas para evitar intrusões. Ricardo Correia, 26 anos, sofreu ferimentos graves e foi conduzido para o Hospital de São José, em Lisboa. João Velez, advogado da vítima, pede uma indemnização a rondar os 75 mil euros. Bruno Caturra, que acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,03 gramas por litro, está detido no Estabelecimento Prisional de Alcoentre, onde se encontra a cumprir pena por um outro processo.“São factos esquisitos”, começou por dizer o arguido Bruno Caturra após ouvir atentamente a leitura dos factos da acusação, durante a audiência realizada quinta-feira 4 de Outubro, no Tribunal de Vila Franca de Xira. “Ele vem da direita, do lado do Bairro Residencial de Povos. À velocidade que eu ia, se fosse a 90 km/hora não era assim que acontecia o acidente. Ele não parou ao sinal stop, caso contrário tinha-me visto mais cedo e eu a ele”, justificou Bruno Caturra, que testemunhou não saber os sinais de trânsito que tinha quando chegou ao cruzamento, mas que se recorda de ter reduzido para terceira velocidade quando mudou de direcção momento antes de embater no motociclo conduzido por Ricardo Correia.“Travei antes de bater no indivíduo. Ainda tive tempo de ver uma luz do meu lado direito”, acrescentou o arguido que se lembra de não estar a chover e de o piso se encontrar seco. Bruno Caturra sabe também que ficaram rastos de pneu no chão antes de embater no motociclo conduzido por Ricardo Correia, 26 anos, fruto da travagem do Volkwagen que conduzia, veículo do qual não era o proprietário. Bruno Caturra acrescentou que tinha estado na Feira de Maio, em Azambuja, e que vinha na EN1, no sentido de Castanheira do Ribatejo, com mais três pessoas no veículo. Instado pelo juiz sobre a identidade dos outros ocupantes, a resposta do arguido foi pronta: “Infelizmente não sei os nomes deles”. Ricardo Correia, por sua vez, disse lembrar-se de parar ao sinal stop e de um taxista que vinha do seu lado direito lhe ter dado prioridade. Sobre o acidente recorda-se apenas do local do embate. O testemunho de Ricardo Correia foi prontamente interrompido pelo arguido. “Cale-se. Você tem oportunidade de falar durante o julgamento”, referiu várias vezes o juiz, após insistência do arguido em se pronunciar. Como o mapa do acidente não está feito à escala, o juiz ordenou uma primeira visita ao local do sinistro com o arguido e a vítima para a manhã de 22 de Outubro. “Para a manhã não. Custa-me a levantar assim tão cedo”, interrompeu o arguido. A segunda visita, dirigida para as seis testemunhas, encontra-se agendada para a tarde de 15 de Novembro.Mudança de direcção foi crucial para o acidenteOs factos remontam à madrugada de 26 de Maio de 2002. Pela 00h40, Ricardo Correia conduzia o seu motociclo vindo do Bairro Residencial de Povos, no sentido poente-nascente. Ao entrar no cruzamento com a Rua Direita de Povos, foi embatido de frente na lateral esquerda pelo veículo ligeiro de passageiros dirigido por Bruno Caturra. O carro do arguido tinha acabado de entrar na referida artéria proveniente da EN1, no sentido norte-sul. O condutor que embateu estava obrigado a respeitar a velocidade máxima permitida no local de 50 km/hora imposta por sinalização vertical. Tinha ainda o sinal de cedência de passagem com o painel adicional com a inscrição “Stop a 20 metros”, bem como o sinal de travessia de peões, todos colocados a cerca de 20 metros do local do embate. Existiam ainda três lombas de abrandamento fixas ao pavimento em frente à paragem de autocarros. O condutor do motociclo tinha a cerca de três metros do cruzamento o sinal vertical “Stop” de paragem obrigatória em cruzamentos e entroncamentos.Ricardo Correia sofreu ferimentos graves e foi conduzido para o Hospital de São José, em Lisboa. Bruno Caturra acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,03 gramas por litro. Do acidente resultaram danos materiais em ambos os veículos. O carro foi vendido para a sucata.
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