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Quando a sopa dos pobres era distribuída em latas de conserva de tomate

Quando o jovem padre João Canilho chegou à Azambuja na década de 60 do século XX deparou-se com um concelho rural e marcado pelas privações. Sempre que o trabalho do campo faltava ou quando as cheias inundavam a lezíria. A comunidade cristã mantinha a obra da sopa dos pobres num barracão da vila. “Era uma realidade. Havia gente com fome”, confirma João Canilho.A paróquia tinha uma pessoa contratada que preparava uma refeição diária para os que necessitavam. Sopa, fruta e pão. “Uma das coisas que me chocou é que as pessoas iam lá buscar a sopa com umas latas de conservas de tomate da fábrica Sugal. Utilizavam-nas como marmitas. Uma das primeiras actividades foi criar um centro social. Queria transformar um pouco a imagem da sopa dos pobres”.Uma das duas casas da paróquia, património dos pobres, foi transformada em refeitório. Na segunda casa foi criado o primeiro lar da comunidade com idosos em grande dependência. “Havia pessoas sozinhas, metidas numas enxergas sem condições. Era desumano. Chegámos a ter 10 idosos. Tudo isso foi evoluindo”. A sopa era confeccionada com produtos que a paróquia recolhia nas quintas agrícolas: grão, batatas, azeite. “A sopa acabou quando faleceu a senhora que estava à frente do projecto. Uma senhora excepcional, uma santa. E era voluntária”.

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