O seu a seu dono nos dados sobre a população de Constância
Ao proceder à leitura da última edição de O MIRANTE, do qual sou assinante há alguns anos, suscitou-me alguma curiosidade a notícia publicada na parte inferior da página 4, com o título "Estudo do INE diz que Constância é o concelho mais jovem do norte do distrito".Embora a minha formação académica seja na área da sociologia, há cerca de duas décadas que dedico algum tempo ao tratamento da informação relativa ao fenómeno demográfico, prestando particular atenção à evolução do envelhecimento populacional.Em relação à mencionada notícia, porque estou convicto de que não há coincidências, duas razões sustentam a minha curiosidade sobre a origem de tal matéria. A primeira, porque não me parece plausível que o Instituto Nacional de Estatística, por muito respeito que, pelo menos em termos estatísticos, lhe mereçam os seis concelhos em questão, decida publicar um estudo sobre a evolução populacional dos mesmos, para mais recorrendo a dados do recenseamento de 1991 para estabelecer uma comparação com uma estimativa referente a 2006; a segunda, porque, em 20 de Setembro último, o semanário abrantino Primeira Linha (PL) publicou um estudo, por mim assinado, sobre a mesma matéria e com base em diversos dados disponibilizados pelo INE, estudo esse no qual estão englobados os concelhos de Abrantes, Constância, Mação, Gavião, Sardoal e Vila de Rei.Para além de tal informação poder levar alguns leitores a recorrer à Internet e pesquisar no site do INE um estudo que, por certo, não vão encontrar, acresce que a notícia de O MIRANTE refere que "entre 1991 e 2001, os seis concelhos perderam 10.743 habitantes", o que não está correcto, uma vez que essa perda se reporta ao período compreendido entre 1991 e 2006. Quero sublinhar que este contacto pretende, acima de tudo, assumir-se como contributo para um (eventual) esclarecimento, não venha o INE ser questionado por algum autarca mais exigente, pedindo igualdade de tratamento e reclamando, daquela instituição, a publicação de um estudo sobre o concelho que dirige. Ou, uma vez que a notícia em questão não está assinada, o presidente da Câmara de Constância, António Mendes, seja contactado e tenha de recorrer à linguagem futebolística para dizer que não se tratou de qualquer "rasteira" da sua parte, e a esclarecer porque razão se não tem acesso, junto do INE, ao trabalho em causa.José António Correia PaisNota da redacção: A notícia em causa foi feita com base em informações divulgadas pelo senhor presidente da Câmara de Constância, António Mendes, que se referiu a dados do Instituto Nacional de Estatística e não ao texto onde o senhor faz uma interpretação dos dados disponibilizados por aquela entidade. Agradecemos o esclarecimento.
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