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A paixão pelo jogo das damas

Como é que nasceu a paixão pelo jogo das damas?Foi na Chamusca. Comecei a aprender com o António Santiago, que depois me apresentou a uma pessoa extraordinária que era o poeta de Almeirim Francisco Henriques. Começámos por jogar e depois ficou uma grande amizade.Não se limitou só a jogar por jogar.A partir de certa altura comecei a interessar-me por estudar as jogadas, o que acontecia fora do normal, a aprofundar as técnicas. Depois surgia com a novidade e apanhava os adversários de surpresa. Foi esse o segredo para alcançar um patamar mais alto. Quando foi estudar para Lisboa continuou a jogar?Jogava para ocupar os tempos livres. Ia para um clube existente nos Anjos onde participava em competições. Mais tarde foi fundada uma federação. Fui o primeiro campeão nacional de damas. De que forma é que as damas contribuíram para a sua formação?Foi importante para o meu convívio com outras pessoas, os outros jogadores. Apesar de sermos adversários enquanto decorre a competição, quando esta acaba mantém-se a amizade. Esse convívio é importante para uma profissão como a minha em que tem que se contactar com as pessoas. Registava as jogadas que fazia?Uma grande parte. Anotava sempre o que se passava no jogo e depois em casa ia estudar as situações para me emendar no que estava mal. A sua vida mudou alguma coisa por causa do jogo?Afastou-me de comportamentos desviantes. Fez-me manter longe da política que muitas vezes faz perder amigos. Nunca me inscrevi como militante em nenhum partido. Mas foi convidado…Houve um primeiro-ministro que numa conversa no meu consultório me convidou para entrar no seu partido. Respondi que não porque tinha amigos em todos os partidos. E a esposa dele virou-se para mim e disse que me compreendia perfeitamente. O jogo das damas devia ser ensinado aos alunos nas escolas do primeiro ciclo?Seria muito importante porque representa uma fuga a determinados vícios, à violência. As damas transmitem calma, além de ajudar a desenvolver a capacidade de raciocínio.

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