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Manuel Monteiro mantém acusação de ilegalidades na ESTA

Afirma que só teve conhecimento desses factos após ter deixado de ser professor

Ex-docente do Politécnico de Tomar desafia presidente do instituto a mostrar o documento do Ministério do Ensino Superior que conclui que não há ilegalidade.

Manuel Monteiro mantém as afirmações que produziu na rubrica “frente a frente” da SIC Notícias e que já foram alvo de um desmentido, através de comunicado, pelo presidente do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), Pires da Silva. O líder do Partido da Nova Democracia (PND) confirma que recebeu um ofício de Pires da Silva, onde este dizia que a alegada ilegalidade na constituição do conselho científico da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) já tinha sido alvo de denúncia anónima e investigada pelos serviços do ministério. No entanto, Manuel Monteiro assegura que não houve ainda despacho final do ministro Mariano Gago. O MIRANTE tentou obter informação sobre a alegada investigação junto do Ministério do Ensino Superior, mas ainda não obteve qualquer resposta.Em causa, está a presença do ex-presidente do IPT, Pacheco de Amorim, no conselho científico da escola de Abrantes. Segundo Manuel Monteiro, uma vez que o fundador do IPT já está aposentado, não pode exercer actividade na administração pública. “Eu desafio o presidente do IPT a mostrar o documento que diz não haver ilegalidade”, sublinha o ex-docente que durante sete anos exerceu a actividade na ESTA. Confrontado com o facto da denúncia surgir depois de o seu contrato com o IPT não ter sido renovado, Manuel Monteiro admite que seja feita a leitura de que se trata de uma vingança. “Eu próprio, antes de proferir as declarações na SIC Notícias achei que poderia ser interpretado como um acto de dor de cotovelo”, refere. No entanto, o líder do PND refuta essa insinuação, ao garantir que soube da alegada ilegalidade do conselho científico apenas depois de ter saído do IPT. E “entendi falar para chamar a atenção para uma situação de iniquidade e de prepotência que existe sobre os professores”. Para Manuel Monteiro, muitas situações dentro do Politécnico de Tomar não são denunciadas por medo da maioria dos docentes. O ex-professor da ESTA aproveita para explicar o seu abandono do IPT. Manuel Monteiro afirma que tentou sair por duas vezes, por discordar da forma como o politécnico está a ser gerido. A primeira tentativa terá acontecido no final do ano lectivo de 2005/2006, durante uma conversa com Eugénio Almeida, actual vice-presidente do IPT. Nessa altura, Manuel Monteiro foi confrontado com a saída de Mário Crespo, Maria Elisa e Carlos Pinto Coelho do curso de Ciências da Comunicação. Ficou “descontente e com desconforto” pelos docentes que davam credibilidade ao curso não continuarem. Ameaçou sair, mas foi convencido a continuar. “Três meses depois fui informado que as minhas cadeiras iam deixar de existir no plano de curso, por causa da reforma imposta por Bolonha”. Fez então saber que se iria embora, mas “a directora da Escola Superior de Tecnologia de Tomar (ESTT) pediu-me que ficasse. Disse-me que a minha saída seria uma perda para o IPT e que poderia dar aulas em Tomar”. Manuel Monteiro aceitou e viu mesmo o conselho científico da ESTT aprovar “por unanimidade” a carga horária que iria ter durante este ano lectivo. A proposta visava a que continuasse a fazer parte dos professores contratados por Abrantes, mas que leccionasse em Tomar. No entanto, a possibilidade acabou por ser inviabilizada quando o conselho científico da ESTA decidiu não renovar o contrato. “Eu até já tinha recusado o convite de outro politécnico. Fiz figura de parvo”, explica. Manuel Monteiro sentiu-se humilhado e, acrescenta, “se eles são capazes de me fazer isto a mim, que sou líder de um partido e tenho acesso à comunicação social, imagino o que podem fazer a outros professores que decidem dizer alguma coisa”.

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