Foi expulso do Seminário, ainda passou pela Força Aérea, mas percebeu que a sua verdadeira vocação era a vida empresarial. José Vieira, 65 anos, empresário da indústria de cerâmica, foi galardoado com o prémio Carreira Empresarial na oitava edição do Galardão Empresa do Ano, iniciativa promovida pelo jornal O MIRANTE e Nersant, que decorreu sexta-feira, 23 de Novembro, no picadeiro da Golegã. “É sempre um estímulo para continuar”, referiu o empresário no momento de agradecer o prémio. Aos vinte e um anos José Vieira tornou-se gerente da cerâmica da Cascalheira, no Entroncamento, onde se manteve até 1978. Foi nesse ano que iniciou um projecto de investigação que mais tarde iria dar lugar à Soladrilho, a “menina dos seus olhos” que hoje engloba quatro fábricas.Lembra-se de muito novo atravessar a Golegã de charrete a caminho da fábrica de cerâmica do pai em Mato de Miranda. Ainda fez uma breve incursão pelo mercado da construção civil. Este ano tornou um sonho realidade reconstruindo uma antiga casa senhorial na Golegã e transformando-a num hotel de charme de quatro estrelas. Quase todas as semanas apanha um avião para algum lado e afiança que não morrerá sem realizar um sonho muito pessoal” inscrever-se na universidade e tirar o curso de economia. Porque gosta de números.As contas também agradam ao jovem empresário Óscar Baptista. O proprietário da Batadec, empresa de comércio e reparação de equipamento dentário, residente em Torres Novas, detesta trabalho de escritório e não se dá muito bem com computadores. Anda de clínica dentária em clínica dentária a encontrar as melhores soluções para os médicos e técnicos que lá trabalham. Tirou o curso de electromedicina na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa e passou por cima do habitual estágio para começar de imediato a trabalhar por conta própria. No dia em que recebeu o prémio Jovem Empresário agradeceu o reconhecimento lembrando que para percorrer o caminho teve que deixar muitas vezes a família de lado. “Estou contente como qualquer empresa, como qualquer empresário que se esforça em prol do trabalho”, referiu.O galardão de Mulher Empresária foi entregue a Gabriela Rosa que assumiu o lugar do pai com a ajuda do irmão. Quando o mundo dos curtumes era um mundo de homens. “Dedico este prémio à memória do meu querido pai, fundador dos Curtumes Ibéria. Agradeço também às pessoas que me têm apoiado ao longo destes 25 anos. E quero agradecer muito particularmente a uma pessoa que sem a qual eu nunca teria chegado onde cheguei: o meu sócio, o meu grande amigo, o meu irmão”, disse ao receber o prémio a responsável da Curtumes Ibéria, de Vila Moreira (Alcanena). É perfeccionista, humilde e organizada. Só assim lhe foi possível conciliar a vida empresarial com a vida privada. Diz que tem tempo para tudo. Para ser empresária, mãe e companheira. Tem dois filhos, nunca teve insónias e tem por lema não falar de trabalho em casa. No dia em que O MIRANTE assinalou 20 anos (ver texto nesta edição) o director geral da empresa, Joaquim António Emídio, não quis deixar de referir-se aos empresários e firmas galardoados. “A cerimónia da entrega do Galardão Empresa do Ano é mais importante que a comemoração dos nossos 20 anos. Por isso espero que toda a atenção do encontro fique por conta dos empresários que hoje vão ser galardoados. Para eles, que dignificam o nosso trabalho, as minhas saudações e o meu obrigado por também terem aceite os prémios”.