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Somos a empresa que mais investe

A Rodoviária do Tejo não se sente responsável pelo isolamento e desertificação existentes em algumas zonas?De maneira nenhuma. Nós já fazemos mais do que deveríamos fazer. Nesta altura temos muitos serviços onde sabemos que perdemos dinheiro.O que está a ser feito para enfrentar os novos tempos?Temos uma frota de 419 viaturas. Nos últimos quatro anos abatemos trezentas. Foram directamente para o sucateiro. E também fizemos fortes investimentos em novos motoristas e em instalações. Se forem ver os dados de 2006 relativos ao distrito de Santarém, a Rodoviária do Tejo aparece bem destacada em primeiro lugar na questão das amortizações. É a empresa que mais investe em todo o distrito.Nós somos uma empresa privada. O passageiro é o patrão do patrão. Temos 633 efectivos. Quarenta por cento dos proveitos são para pagar aos motoristas. Mas também nos orgulhamos de pagar tudo o que temos a pagar aos motoristas. E por isso é que em termos de custos de pessoal também aparecemos em primeiro lugar.As trezentas viaturas abatidas foram substituídas por novas? Ainda estamos a comprar viaturas em segunda mão mas é uma situação transitória. O ano passado comprámos 33 viaturas novas, por exemplo. A rentabilidade de uma viatura nova tem que ser muito bem estudada mas temos que as comprar. Temos que ter viaturas novas. Se não o fizermos nunca o transporte público será uma opção.A imagem da empresa passa também pelo seu pessoal. Os motoristas da Rodoviária do Tejo já têm outra imagem junto dos clientes? Temos apostado muito, não só na formação mas principalmente na admissão de jovens motoristas. Estamos a baixar a idade média dos nossos motoristas. O ano passado foram admitidos 55. Temos motoristas com frequência universitária, autarcas, dirigentes associativos. Temos outro tipo de pessoas a chegar à empresa. E temos orgulho de constatar que na avaliação de satisfação que temos estado a fazer os nossos motoristas surgem mais bem classificados que a própria empresa. Os clientes confiam neles mais do que na própria empresa. Porque foram construídos terminais rodoviários tão afastados do centro das cidades? Não fomos vistos nem achados nessas situações. Felizmente esse conceito de terminais fora dos centros urbanos já foi abandonado. Mas penalizou os passageiros. Veja o caso de Almeirim, por exemplo. Como a legislação não permite paragens muito próximas a situação podia ser caricata. Passageiros que passavam de autocarro no centro da cidade, eram desembarcados apenas no terminal tendo que regressar de táxi ao local por onde tinham acabado de passar. Não podiam parar para desembarcar passageiros? Não. Somos multados. E chega-se ao caricato de haver câmaras a meter cunhas à GNR para não sermos multados.Há horários de certas carreiras que nunca mudam. Porquê? Temos orgulho nos motoristas, remodelámos a frota mas temos a consciência que está quase tudo por fazer. Este ano, pela primeira vez, estamos a fazer um inquérito de satisfação dos clientes. Começámos pelos clientes das rápidas. Vamos ter o resultado no final do ano. Foi muito engraçado. Ouvimos muitas coisas. Eu adorei ouvir mas alguns colaboradores não acharam muita graça. O que foi feito?No fundo foi juntar clientes numa sala e ouvi-los falar de nós. Lembro-me quando vim para este negócio as pessoas dizerem que sabiam perfeitamente o que os clientes queriam e que também sabiam que os clientes estavam todos satisfeitos. Claro que não é assim. Temos que medir a satisfação dos clientes. Se não se mede não se melhora. Só agora começamos a conhecer melhor os nossos clientes. E ainda não temos a noção de quem são os nossos potenciais clientes. Agora temos que tomar algumas decisões em função desses resultados. A informação aos clientes é praticamente inexistente. Isso é verdade. Os horários, por exemplo, só estão nos terminais. Quem está no meio do caminho não tem informação. Temos muito a mudar nesse aspecto. Definimos que este ano seria o ano da informação ao público e estamos a remodelar toda a nossa página da Internet. Mas pouca gente ainda tem acesso à Internet. Mas há muito a fazer. Estamos a repensar toda a informação que prestamos aos nossos passageiros. Reconhecemos que é um dos nossos grandes calcanhares de Aquiles. Dou-lhe um exemplo. Há passageiros que vão à bilheteira, pedem um horário e deitam-no fora porque não se conseguem orientar no meio de tanta alínea e asterisco. Preferem pedir informações aos motoristas.O seu discurso não é demasiado optimista?A Empresa teve uma nova administração há cinco anos. De então para cá temos feito muita coisa. A Rodoviária do Tejo tem uma capacidade incrível para crescer. Temos que deixar de estar amarrados a uma imagem que não é adequada à nossa capacidade. Quando aqui chegámos era tudo decidido em Torres Novas. E a Rodoviária vai da Figueira da Foz a Portalegre. De Mação ao Bombarral. Dividimos a empresa em quatro unidades funcionais. Torres Novas, Leiria, Caldas da Rainha e Santarém. Os nossos melhores quadros estão nas unidades operacionais e estamos a criar proximidade com os presidentes de câmara, com as escolas, com as autarquias. Sem esta descentralização não poderíamos ser ágeis na resolução dos problemas, nem perceber o que se passa.

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