A maioria PSD, que governa a câmara de Tomar, aprovou o Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2008 com muitas criticas e os votos contra dos Independentes por Tomar (IpT) e do PS. O Orçamento, de 47.093.375 euros, é 9,3 por cento maior do que o do ano que está prestes a terminar.No documento apresentado à oposição, a maioria define o estipulado para 2008 como “ambicioso”, já que ainda não está definido como vão ser atribuídos os fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). No entanto, segundo a mesma fonte, o orçamento é também determinado por “princípios de rigor, seriedade, transparência, competência e contenção”. O “auto-elogio” como o apelidou o vereador socialista José Becerra Vitorino, levou à crítica generalizada dos três membros da oposição. Na versão da maioria social-democrata, a “contenção” é conotada com os cortes nas despesas, correspondendo sobretudo a uma diminuição dos investimentos. O executivo liderado por António Paiva sublinha que cinquenta por cento das despesas correntes são gastas com pessoal, números contestados pelas restantes forças partidárias. Quanto ao capítulo das receitas, estas sobem devido sobretudo à previsão de encaixe financeiro com a venda do Convento de Santa Iria e ex-Colégio Feminino. A autarquia prevê receber 5 milhões de euros por esta venda, onde define também a possibilidade de venda de “outros” bens que não especifica. Levantada a dúvida, a oposição pergunta qual o património que a maioria pretende alienar. Para já não tem resposta.A autarquia social-democrata descreve como investimentos prioritários para o próximo ano as vias rodoviárias de ligação ao IC3 e ao IC9. Estas incluem a reabilitação da estrada nacional 110, tanto em direcção a Coimbra, com a ligação nas Calçadas ao IC9, como na de Lisboa, até à ligação ao IC3 no Moinho Novo (junto à zona industrial). A autarquia prevê ainda o arranjo da estrada de Valdonas, que dá também acesso ao IC3. Em matéria de estradas, a maioria social-democrata conta concluir as vias de acesso às freguesias da Serra, Olalhas e Além da Ribeira. No âmbito do Polis, cuja dotação orçamental termina a 31 de Outubro do próximo ano, decorrem as últimas obras – construção da nova ponte sobre o Nabão e arranjos exteriores na zona do Flecheiro e envolvente à Igreja Santa Maria do Olival.Oposição critica previsões da maioriaEnquanto o PSD atribui responsabilidades ao governo por ter que apresentar previsões “limitadas”, o PS define os documentos como “mais do mesmo” ou “chapa 4”, tendo como único objectivo ser um “manifesto anti-governamental”. José Becerra Vitorino lembra que a maioria “já abandonou o centro comercial deixando, desta forma, no vazio todos os que fizeram o frete de ter que o defender”. Os socialistas notam ainda o que classificam de falta de estratégia e sublinham os encargos com a dívida bancária, que ocupam 12,75 por cento da despesa. Os vereadores do IpT ressalvam a falta de “contenção”, comparando os dados para o próximo ano com os de anos anteriores (excepto 2007, uma vez que a maioria ainda não os disponibilizou), Pedro Marques e Rosa Dias dão vários exemplos em que os valores são todos mais altos. “O total da despesa (corrente + capital) representa um crescimento de 93,7 por cento face ao realizado em 2006 e de 88,5 por cento ao realizado em 2005”, lê-se na declaração de voto dos dois autarcas. E sublinham que o documento é “requentado”, onde “as receitas estão fortemente inflacionadas com previsões irrealistas e inatingíveis”. O Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2008 de Tomar vão ser ainda submetidos à discussão e votação da assembleia municipal.