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“Benavente é o maior produtor de oxigénio da Grande Lisboa, mas é esquecido pela Região de Turismo”

Tem o pelouro do Turismo, onde há muito por fazer no concelho. Foi uma voz crítica da Região de Turismo do Ribatejo…A promoção do nosso turismo é uma tarefa exigente e a Região de Turismo do Ribatejo tem pecado por algum esquecimento nos apoios às iniciativas do nosso concelho como o Carnaval de Samora e a Sardinha Assada de Benavente. Na aprovação do orçamento vinquei o nosso descontentamento porque a RTR tem apostado muito na gastronomia, na rota dos vinhos, na Feira do Cavalo e pouco mais. Tem gasto milhões a promover esses eventos e tem descurado o apoio à promoção do turismo no nosso município. Benavente está a promover uma vasta zona protegida com 160 quilómetros quadrados como o “Pulmão de Lisboa”. Parece contraditório como se vende algo que se quer preservar?A mensagem que se pretende passar é a de promoção duma vasta zona natural, única no país, com 160 quilómetros quadrados de Zona de Protecção Especial (ZPE) e 25 quilómetros quadrados de Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET). Não estamos a vender o nosso pulmão, estamos a sensibilizar o país e o estrangeiro para o facto do Município de Benavente ser o maior produtor de oxigénio da Grande Lisboa com recursos endógenos únicos. Mas os turistas vão ter a tentação de vir desfrutar desses recursos e as zonas protegidas não estão preparadas para os receber, havendo o perigo da destruição e da ameaça sobre algumas espécies…Há vários projectos em curso para controlar os acessos a este património natural. A câmara tem realizado iniciativas com centenas de pessoas onde tem feito a sensibilização para as boas práticas e para que usufruam da natureza sem a prejudicar. É possível conciliar o turismo e as actividades desportivas e de lazer com a preservação do ambiente e deste nosso pulmão. Nós podemos dar um rim, dar um pouco da medula ou do sangue, mas o pulmão não se pode dar porque precisamos dele para viver.Por falar em pulmão. É uma fumadora inveterada. Como é que vai lidar com a nova lei que proíbe fumar em locais públicos?Fumo há muitos anos e nunca tentei deixar de fumar. Gosto de acompanhar um café ou uma refeição com um cigarro e julgo que o cigarro faz parte da socialização. Vai ser difícil, mas vou ter de me educar como fumadora. Considero que não é o Estado que deve impor, mas se há uma lei teremos de a cumprir.Como é que vai fazer nas reuniões, onde nunca abdicou de fumar?Vamos ter de fazer pausas nas reuniões para fumar. Até porque se não fumar fico irritada e com mau humor (risos). Acho que esta é uma lei promotora de maus humores e vai haver muita gente a amarrar o burro. Assumiu recentemente o pelouro da cultura. Porque é que os espectáculos mais eruditos nem sempre enchem as salas do concelho?Há muita gente que prefere ir ao teatro ou ao cinema a Lisboa, Alcochete e Montijo, mesmo tendo boas salas e bons filmes ou boas peças de teatro em Samora Correia ou Benavente. Há outras ofertas que completam o programa e que pesam nas escolhas do público. A câmara vai continuar a proporcionar programas diversificados com bons espectáculos e vai encontrar novas formas de chegar ao público. O movimento associativo vive momentos complicados no concelho. O novo regulamento de atribuição de subsídios tem em conta estas dificuldades?O movimento associativo é fundamental na vida das nossas populações. O município valoriza o papel de centenas de voluntários que duma forma altruísta colaboram na vida das suas colectividades e associações. O novo regulamento estabelece critérios para a atribuição dos subsídios procurando uma distribuição justa dos recursos financeiros disponibilizados e que sabemos que são fundamentais para a vida das colectividades. A nossa política é apoiar sem substituir. Os dirigentes têm de ser criativos e não podem ficar dependentes dos subsídios municipais.Mas reconhece uma crise no voluntariado?É cada vez mais difícil motivar os jovens para o associativismo, mas o nosso concelho tem bons exemplos de voluntariado que devem ser reforçados com uma maior participação da juventude porque o associativismo de hoje é mais exigente e necessita de voluntários com novas competências. Benavente é um município com fortes tradições ligadas ao toiro, ao cavalo e ao campino. Este é um potencial para aproveitar em termos turísticos?Reconhecemos que temos uma riqueza enorme em caudelarias, ganadarias, toureiros, forcados, cavaleiros e campinos que deve ser potenciada como recurso turístico. As nossas festas tradicionais e religiosas estão vivas. Todos os anos, recebemos em Benavente e Samora Correia dezenas de milhares de visitantes. O município tem aficion para ter uma praça de toiros em alvenaria?Em Samora Correia diz-se que basta lançar um foguete a anunciar uma largada de toiros para termos o povo na festa. A aficion neste concelho é muito grande e penso que o entusiasmo manifestado em Samora deve motivar um grupo de amantes da festa para avançarem com a construção de uma praça.A vereadora é aficionada?Sinceramente não sou uma aficionada. O espectáculo dos toiros não mexe comigo como mexe com a maior parte dos nossos munícipes. Tenho um grande respeito pela força de um toiro e infelizmente, ainda jovem, vi algumas pessoas morrerem nos cornos dos toiros. Não sou contra as touradas, aprecio a festa e toda a beleza em seu redor mas, dificilmente me coloco em cima duma tranqueira. Ainda estou a fazer o luto por essas mortes.

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