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Autoridades não descobriram origem de poluição em poço que estragou culturas agrícolas

Autoridades não descobriram origem de poluição em poço que estragou culturas agrícolas

Produtos ficaram destruídos após rega com água contaminada
Os fiscais da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo que estiveram na Louriceira (Alcanena) a investigar a poluição num poço não encontraram ligação do foco poluidor a um lagar de azeite que começou a funcionar na última campanha e era apontado como fonte poluidora pelo lesado.Joaquim Vieira é proprietário de um terreno onde tem um poço de nascente de onde tira água para regar a sua propriedade. O poço encontra-se hermeticamente fechado. Num dia do início de Dezembro deixou os chuveiros a regar e à tarde, quando chegou a casa, sofreu a desagradável surpresa de ver as alfaces, couves e outros hortícolas que tinha plantado totalmente queimados.Foi à procura das causas e chegou ao poço. “A água estava escura e deitava um cheiro nauseabundo. Vi logo que aquilo devia vir do lagar que tinha começado a trabalhar há pouco tempo”, disse Joaquim Vieira. “Queixei-me e na CCDR a primeira coisa que fizeram foi obrigar-me a registar o poço, pagando por isso um pouco mais de 150 euros, e mandaram que fizesse a reclamação por escrito, o que fiz de imediato”. A reclamação seguiu não só para a CCDR como também para a Junta de Freguesia da Louriceira, Câmara de Alcanena, serviços de ambiente da GNR ambiente, Governo Civil de Santarém e Delegação de Saúde de Alcanena. “Até agora apenas recebi resposta da CCDR, e a dizer que o processo tinha sido arquivado, por não ter sido possível confirmar a acusação de que a poluição vinha do lagar”, afirmou Joaquim Vieira.O proprietário considera estranha essa situação, já que não foi contactado por ninguém da CCDR. “Não sei como é que eles chegaram à conclusão de que a poluição não se devia ao lagar, não fizeram qualquer análise à água do poço, nem falaram nada comigo”, afirmou ao nosso jornal.O responsável da delegação de Santarém da CCDR, Carlos Fernandes, garantiu a O MIRANTE que o procedimento dos fiscais foi correcto. “Estiveram no local, verificaram que o lagar que era apontado como fonte poluidora pelo dono do poço não podia ser acusado, porque cumpre todos os requisitos de funcionamento, não colocando nenhum produto poluidor para a rua. Por isso o processo foi arquivado. No entanto fica garantido que poderá sempre ser reaberto se no futuro acontecer algo que leve a verificar qualquer outra alteração”, disse.Entretanto, com a entrada em cena do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR, que recolheu amostras da água do poço, talvez seja possível saber o que aconteceu com clareza. Foi isso que levou a que da Câmara de Alcanena tenha sido dito que se aguarda o resultado dessas análises para então agir.Joaquim Vieira garante que a prova maior de que a poluição do seu poço vem do lagar é de que, desde que acabou a campanha e choveu, a água voltou à normalidade. “Só quero que resolvam a situação antes da nova campanha de laboração do lagar, para não voltar a ter o mesmo problema. Porque se isso não acontecer irei até às últimas consequências para ser ressarcido”, garantiu.
Autoridades não descobriram origem de poluição em poço que estragou culturas agrícolas

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