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Produtores de bovinos vivem crise maior que a da BSE

Produtores de bovinos vivem crise maior que a da BSE

Acentuado aumento do preço dos cereais põe em risco muitas explorações
Produtores de gado portugueses estão em risco de falência devido ao aumento de preço dos cereais, que faz os representantes do sector afirmarem que vivem uma crise maior do que a da doença das vacas loucas. “A situação dos engordadores de carne bovina é terrível, é dramática. O custo da ração praticamente duplicou em dois anos”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Engordadores de Bovino (ANEB), que realizou no Vale de Santarém um colóquio para debater a situação do sector.O responsável explicou que tem sido impossível fazer repercutir no preço da carne o custo da alimentação dos animais, havendo produtores que estão mesmo a vender os animais já com prejuízo. Rodrigues da Silva exemplifica que a ração para alimentar um novilho com cerca de 600 quilos de carcaça bruta custa actualmente mais 207 euros do que há dois anos.“É absolutamente indispensável que o preço da carne suba ou que o preço dos cereais para as rações desça. Caso isso não aconteça, os produtores serão forçados a desistir, com todas as consequências para as famílias e para o país”, afirmou. Esta crise decorre essencialmente do aumento do preço dos cereais, que é em parte causada pelo desenvolvimento dos biocombustíveis, o que leva os produtores de bovino a considerarem que a situação “não tem um fim à vista”.Como exemplo, o presidente da ANEB aponta que um quilo de cevada estava a 13 cêntimos em 2006 e que no final do ano passado já se situava nos 27 cêntimos. “Estamos pior do que durante a crise da BSE (encefalopatia espongiforme bovina, designada por doença das vacas loucas). Nessa crise sabíamos que havia uma solução, aqui não vemos um fim à vista”, declarou Rodrigues da Silva.“É muito grave a situação que se está a viver em toda a pecuária intensiva. Estamos perante um problema estrutural e não conjuntural, porque o preço dos cereais continuará a subir”, acrescentou. Apesar de ainda não haver situações reais de falência, o presidente da ANEB garante que a grande maioria dos seus 200 associados está numa situação de risco.
Produtores de bovinos vivem crise maior que a da BSE

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