É morena, discreta e preserva de forma acérrima os valores tradicionais da família. Sylvie Dias, a actriz de Porto Alto, Benavente, que contracena ao lado de José Raposo e Marina Albuquerque em “O Clube das Divorciadas”, não podia ter uma personalidade mais antagónica à “Fanny” que encarna na comédia que está a percorrer algumas das salas de teatro. A peça já passou por Santarém e Cartaxo e poderá voltar à capital do vinho onde os bilhetes quase esgotaram nas quatro sessões do último fim-de-semana de Janeiro. Sylvie Dias pintou o cabelo de loiro para vestir a pele de inglesa fútil e superficial à procura de um novo marido. Recusa o rótulo de actriz modelo, mas é impossível não reparar no metro e oitenta da rapariga de 29 anos que entra no palco. Sylvie é o nome verdadeiro da menina que nasceu em França, mas que aos seis anos por força da burocracia portuguesa teve que receber Sílvia no Bilhete de Identidade. Começou a trabalhar como modelo aos 15 anos, mas mais difícil do que começar a movimentar-se nas passerelles foi convencer os pais a pagarem o curso. Nunca deixou de estudar. Deslumbrou-se com os golfinhos, quis ser veterinária, mas desistiu da ideia quando foi trabalhar com os animais e percebeu que são os tratadores quem mais contacta com a espécie. É a energia que os animais lhe transmitem que lhe dá força em palco. Tem o curso superior de comunicação congelado e enquanto não termina as cadeiras a actriz que começou a carreira há oito anos vai salteando entre o teatro e a televisão. Quer experimentar cinema. Para se consagrar como actriz. Mas sempre de olhos postos numa vida normal, consciente de que a fama é um estado efémero.