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Misericórdia de Almeirim desiste de construir hospital de retaguarda na cidade

Instituição diz que a câmara queria fazer uma parceria que acarretava prejuízos

O presidente da Câmara de Almeirim acredita que ainda é possível avançar com a construção do hospital de cuidados continuados se houver um esforço de todos e vai tentar desbloquear a situação.

A Santa Casa da Misericórdia de Almeirim (SCMA) desistiu do projecto de construção de um hospital de retaguarda na cidade acusando a câmara municipal de ter demorado muito tempo a analisar uma proposta de parceria. A instituição considera ainda que a contraproposta que a autarquia fez, onde previa ficar com cinco camas no hospital, três no lar de idosos e três no jardim-de-infância Conde Sobral durante seis anos, em troca dos 601 mil euros de financiamento, coloca em causa a estabilidade financeira da Misericórdia. O presidente do município, Sousa Gomes (PS), ainda acredita que é possível desbloquear a situação e garante que vai estabelecer contactos com os responsáveis da SCMA.Numa carta enviada à câmara municipal, a Misericórdia explica que os lugares que a autarquia pretende na instituição para albergar pessoas carenciadas custariam à instituição, “com uma taxa de correcção monetária na ordem dos 6,5 por cento, cerca de 1,3 milhões de euros”. O que acarretaria um prejuízo para a SCMA. Inicialmente a instituição tinha enviado uma proposta de parceria com a câmara em que esta apoiava o projecto com 750 mil euros a serem pagos em cinco anos, período durante o qual a autarquia teria ao seu dispor cinco camas no hospital. Helena Duarte disse a O MIRANTE que cada cama num hospital desta natureza, de cuidados continuados, tem um custo de 85 euros diários. O município tinha também proposto como forma de financiar o projecto a compra do terreno que pertence à instituição em frente ao tribunal por 148 mil euros. Mas a Santa Casa vem dizer que considera a proposta “muito abaixo do justo valor para um terreno com aquela localização e para onde já desenvolveu um projecto habitacional”. A SCMA aconselha a câmara, caso mantenha o interesse em comprar o espaço, que “reveja em alta o preço proposto”. O presidente da autarquia refere que o valor proposto para o negócio já está acima do que é normal, referindo que o terreno foi avaliado a 500 euros por metro quadrado. A Misericórdia considera também que já não vai a tempo de fazer as obras dentro do prazo estabelecido, porque o município demorou três meses a decidir-se. E explica que a adaptação do antigo hospital da cidade para receber a nova unidade tinha que estar pronta em Dezembro de 2008 sob pena de não receber os 500 mil euros de financiamento do Programa Saúde XXI ao qual se candidatou. “Para isso teríamos que adjudicar (a obra) o mais tardar no início de Dezembro de 2007 e a mesma ser iniciada em meados de Janeiro de 2008”, diz a carta enviada ao município, onde refere que estas situações foram transmitidas ao presidente da câmara em 29 de Outubro. Sousa Gomes disse a O MIRANTE que uma decisão que envolve valores tão elevados não pode ser tomada “do pé para mão” e que o assunto teve que ser discutido em várias reuniões do executivo. Segundo a SCMA, o projecto o hospital de retaguarda representa um investimento de cerca de dois milhões de euros e para o construir teria que recorrer a um empréstimo bancário. Helena Duarte diz que apesar deste projecto estar comprometido, a instituição “ainda não desistiu da ideia de recuperar o edifício” do antigo hospital, no centro da cidade, que está a degradar-se. A Misericórdia acolhe actualmente 320 crianças e 120 idosos nas suas valências e tem 130 funcionários.

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