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Esgotos de Reguengo correm a céu aberto há seis anos

Câmara do Cartaxo e empresário agrícola trocam acusações
O sistema de fossas sépticas municipal que serve a localidade de Reguengo, freguesia de Valada, concelho do Cartaxo, continua a não dar resposta e os esgotos domésticos vão transbordando e escorrendo a céu aberto. O cheiro é intenso mas diz quem ali mora que de Verão é bem pior. A situação foi denunciada por um cidadão do Cartaxo, que também deu conhecimento ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, à Quercus e Direcção Geral de Saúde. A autarquia aponta responsabilidades a uma unidade de lavagem de produtos hortícolas que opera na zona. Segundo referiu a vereadora com o pelouro do saneamento durante a reunião do executivo de segunda-feira, os relatórios técnicos indicam que “as lavagens de produtos hortícolas naquela unidade entram para a rede e esgotam a capacidade das fossas”. Segundo Rute Ouro (PS) as fossas foram limpas em 2007 tendo sido esvaziados os dez depósitos. Bem diferente é a versão do empresário. Augusto Estêvão diz que um ramal de águas pluviais no Reguengo é responsável pelo aumento de caudal das fossas e que no local das fossas a capacidade de infiltração dos terrenos já é muito diminuta. Lembra que se vem reclamando uma solução há seis anos e que inclusivamente um furo que possuía no terreno com 40 metros de profundidade foi inquinado por infiltrações com coliformes fecais. O que o obrigou a fazer um furo de 140 metros, que fornece a exploração, mais afastado do local.“Não pode haver águas da minha exploração para as fossas. Desde há um ano não fazemos lavagens de hortícolas, apenas campanhas de brócolos e tomate, que não são lavados. E quando o fazíamos com alho francês dispunhamos de terrenos nas traseiras do armazém para decantação”, explica o empresário. Adianta ainda que foi por ter ido à câmara expor o problema o ano passado que a autarquia efectuou uma limpeza geral dos depósitos. A única realizada, revelou a vereadora durante a reunião de câmara. O presidente da câmara, Paulo Caldas (PS), disse que existe uma sobrecarga do sistema que requer que seja verificado mais frequentemente. Lembrou que a grande prioridade tanto para Valada como para outras freguesias passa pela construção de estações de tratamento de águas residuais, cujos projectos serão candidatos a fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). José Dias, que mora por cima do dique de Reguengo, junto às fossas, anseia por esse dia, já que, como refere, é difícil suportar o cheiro dos efluentes domésticos, principalmente de Verão e quando o vento sopra mais forte de norte. António Miguel de Mello, que denunciou publicamente a situação, considera inexplicável como se fala em projectos megalómanos para Valada quando questões básicas ainda estão por resolver.

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