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Amantes do aeromodelismo reunidos no Sobralinho

Amantes do aeromodelismo reunidos no Sobralinho

Praticantes garantem que actividade é uma autêntica terapia

Dezenas de amantes de aeromodelismo reuniram-se no encontro nacional que encheu o pavilhão municipal do Sobralinho, em Alverca. Os praticantes garantem que a actividade é uma autêntica terapia.

Desde criança que Jorge Nunes, 46 anos, é apaixonado por aviões. Não é por isso de estranhar que trabalhe há vários anos na OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico), em Alverca, como preparador de material de motores de aeronaves. O contacto diário com aviões aumentou o bichinho, a paixão por este transporte de grandes dimensões e a vontade de os pilotar foi crescendo.Jorge Nunes nunca tinha ouvido falar em aeromodelismo até ao dia em que um amigo o levou a ver uma pista há cerca de sete anos. Garante que foi amor à primeira vista. A partir desse momento foi aprendendo os segredos de conduzir através de um telecomando os aviões feitos de plástico ou madeira. Travou amizades com amigos que partilhavam a mesma paixão e, em Setembro de 2006, fundaram o Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo (CAAR).Jorge Nunes foi um das várias dezenas de praticantes de aeromodelismo de todo o país que participaram no Encontro Nacional de Aeromodelismo que se realizou domingo, 24 de Fevereiro, no pavilhão municipal do Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira. O Encontro Indoor – dentro do pavilhão devido às condições atmosféricas - começou pelas 9h00 com os ensaios dos participantes que iam chegando aos poucos.Cada aeromodelista mostrava as suas habilidades. Várias piruetas no ar, manter o avião na vertical durante vários segundos, voos rasantes junto da rede de protecção do recinto, aterragens difíceis executadas com mestria. Foram algumas das muitas acrobacias que deliciaram as dezenas de espectadores presentes no Sobralinho. O objectivo é manter o avião o máximo de tempo possível no ar, fazendo o maior número de acrobacias, com a maior precisão possível e, o mais importante, sem nunca partir os modelos.O aeromodelismo ainda é uma actividade pouco conhecida em Portugal. Tem vários adeptos, mas o facto de não se poder praticar em qualquer lugar e depender, em parte, do clima torna-o uma modalidade pouco atractiva. O CAAR, segundo o seu presidente, Rui Fonseca, apareceu por carolice de alguns amigos empenhados em alterar essa imagem do aeromodelismo. A colectividade conta actualmente com cerca de uma dezena de associados. “Alverca é considerada o berço da aeronáutica em Portugal. Foi por isso também que decidimos avançar com o aeromodelismo na vila de forma a dar continuidade à «capital» dos aviões”, explica. Também para Luís Carapito, outro dos sócios-fundadores do CAAR, a prática de aeromodelismo tem efeitos terapêuticos. É praticante da modalidade há cerca de dez anos e confessa que o primeiro contacto com este desporto aconteceu através da televisão. Na altura, Júlio Isidro, também ele um adepto do aeromodelismo, apresentava um programa na RTP dedicado à modalidade.A curiosidade era tal que no Couço, aldeia do concelho de Coruche onde Luís Carapito nasceu, era frequente as ruas ficarem desertas durante o programa. “Era uma novidade e as pessoas queriam saber o que aquilo era”, recorda.Quando está a pilotar um avião telecomandado Jorge Nunes garante que não pensa em mais nada. Todos os problemas desaparecem. “É um hobbie relaxante com efeitos terapêuticos”, diz em jeito de brincadeira. No início, confessa ser um pouco difícil controlar o avião no ar sem o deixar cair. “Geralmente aprende-se com outra pessoa mais experiente que está ao nosso lado com outro telecomando. Ela ajuda-nos no caso de nos enganarmos de forma a não partirmos os aviões. No meu acaso aprendi praticamente sozinho. O receio de partir os aviões era tanto que levei mais tempo que o normal a aprender”, conta, acrescentando ainda que tem um quarto onde guarda todos os seus quatro aviões e não deixa ninguém mexer neles. “É o meu santuário”, brinca.
Amantes do aeromodelismo reunidos no Sobralinho

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