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Azambuja recorda antigos valadores da vila

Azambuja recorda antigos valadores da vila

Francisco Martins Patrício - conhecido como Chico “Cainora” - é o um dos mais antigos valadores de Azambuja. Tem 81 anos e começou cedo a frequentar a praça da jorna. O local onde os trabalhadores negociavam o dinheiro que recebiam por um dia de trabalho. De sol a sol. Tinha 12 anos quando começou a trabalhar. A guardar cabras. Ainda frequentou a escola durante dois anos para aprender a ler e a escrever. Depois pegou na pá de valar e foi para os campos. Mais tarde foi trabalhar para a agricultura. A sua vida nunca foi fácil. Acena com a cabeça em jeito de confirmação, enquanto acaba uma cigarrilha no banco da praça do município, em Azambuja. Ao contrário do campino a figura do valador ficou sempre apagada. “Era outra classe”, atesta o ancião. Frederico Mota, tem 75 anos, e ainda se lembra bem do tempo em que mergulhava os pés nas valas para retirar a areia e limpar os valados por onde passava a água para regar os campos. Tinha oito anos e era trabalho duro. Quando não estava nos valados trabalhava na grade. “Íamos com duas éguas e uma grade de ferro preparar o campo para semear o trigo”, recorda. Acordava de madrugada e percorria três horas a pé para ir trabalhar”. Depois foi trabalhar como soldador para França. Para comemorar o 51º aniversário do Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja o grupo organizou um quadro dedicado aos antigos valadores da vila e distribuiu lembranças aos trabalhadores mais antigos. Os componentes do grupo azambujense, que também dançaram, recriaram o trabalho de valar. “Limpavam as valas para as águas passarem. Às vezes descalços. Era um trabalho duro”, lembrou o presidente do grupo, Francisco Santos.
Azambuja recorda antigos valadores da vila

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