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GNR alerta para deficiências de comunicação durante os incêndios

GNR alerta para deficiências de comunicação durante os incêndios

Guarda critica mas tem elementos no local onde são centralizadas as informações
A GNR foi para o terceiro fórum distrital das comissões municipais de defesa da floresta contra incêndios criticar as deficiências de comunicação dos bombeiros com a Guarda no combate a incêndios, quando a própria força de segurança também é culpada. O capitão Paulo Martins fartou-se de chamar a atenção para a necessidade de todos serem informados ao mesmo tempo. Mas não disse que a GNR tem elementos de ligação no Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) onde caem as chamadas de alerta. Logo esta tem a informação ao mesmo tempo que os bombeiros e muitas vezes até primeiro, já que a Guarda é que recebe os alertas dos postos de vigia e dos elementos que fazem a vigilância móvel. Na sua intervenção, o oficial disse que “não pode haver informação centralizada” e que esta “tem que ser partilhada”. E acrescentou que é essencial fazer-se operações stop nas zonas dos incêndios e até barragens de estrada para controlar quem sai da zona de fogo, no intuito de apanhar possíveis suspeitos se houver uma informação de ignição. “Se precisamos de investigar logo no início um incêndio temos que ser informados (de imediato) e não podemos ser informados quatro ou cinco horas depois”. Mas se a GNR também está no CDOS que recebe todos os alertas, não se entende este desfasamento. Paulo Martins referiu ainda que a GNR tem que ser informada das zonas de abastecimento das viaturas de bombeiros, para que possam desimpedir as vias e facilitar o acesso dos veículos de combate. Mas as zonas de abastecimentos são definidas pelo posto de comando e também comunicadas ao CDOS. O MIRANTE sabe que as críticas deixaram alguns responsáveis dos bombeiros estupefactos. O fórum, que decorreu no auditório da Escola Superior Agrária de Santarém no dia 22, numa organização do governo civil, incluiu também a apresentação de um protótipo de um sistema informático com mapas, identificação de estradas, pontos de água, identificação de focos de incêndio, a nível distrital, e que podem ajudar os comandantes de bombeiros na definição das estratégias operacionais. A apresentação feita por duas técnicas do recém-criado gabinete de informação geográfica do Governo Civil de Santarém não correu lá muito bem. Durante a demonstração das funcionalidades foram identificados vários erros técnicos, como fotografias que não apareciam, ou funcionalidades que não estavam a funcionar muito bem. Antes da apresentação, o governador civil, Paulo Fonseca, disse pensar que este sistema é pioneiro e que pode ser aproveitado para alargar a outras zonas. Mas o director-geral dos Recursos Florestais, que interveio de seguida, lembrou que a Direcção-Geral dos Recursos Florestais já tem um sistema muito semelhante a este há dois anos. António Rego revelou também que dos 21 municípios do distrito apenas 14 já entregaram os seus planos operacionais, lembrando que estes têm que ser aprovados até dia 15 de Abril. O director-geral lamentou também o facto de ainda só existirem três zonas de intervenção florestal (ZIF) na região, duas em Mação e uma partilhada entre Rio Maior, Cadaval e Azambuja. O que “é muito pouco para as nossas expectativas. Temos que conseguir ter mais e mais depressa”. Entretanto foi anunciado que o processo de constituição das ZIF vai ser aligeirado. Recorde-se que as ZIF constituem um novo conceito de gestão e ordenamento da floresta com espaços contínuos submetidos a planos comuns de intervenção e geridos por uma única entidade. A sua constituição é estritamente da iniciativa privada local, podendo ser dinamizada por entidades públicas da administração central e local.
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