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Jovens empenhados em dar nova vida à Capela das Conchas em Vialonga

Jovens empenhados em dar nova vida à Capela das Conchas em Vialonga

Grupo de escuteiros em acções de cariz cultural em Vialonga

Para assinalar o aniversário de Baden Powell – o fundador do escutismo – um grupo de jovens empenhou-se na tarefa de limpar a Capela das Conchas, em Vialonga.

Nem a chuva intensa que caiu no sábado, 23 de Fevereiro, levou o grupo de cerca de 15 escuteiros de Vialonga, Forte da Casa e Carregado a desistir da tarefa. Para assinalar mais um aniversário de Baden Powell – fundador do movimento escutista mundial – os jovens decidiram realizar tarefas de cariz social e cultural. Um grupo de jovens escuteiros, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos, escolheu limpar a Capela das Conchas, situada à beira da estrada, na rua Coronel da Costa, na urbanização Quinta das Índias, em Vialonga, mas as acções aconteceram um pouco por todo o concelho de Vila Franca de Xira em colaboração com a câmara e juntas de freguesias que ajudaram a sinalizar as situações mais complicadas. Como aconteceu com a casa de um portador de deficiência que foi limpa por um grupo de escutas na Castanheira do Ribatejo (ver texto ao lado).Em Vialonga o grupo de escutas começou a trabalhar logo pela manhã e assim que chega ao local percebe que tinha muito trabalho pela frente. Nada que o assustasse. Os escuteiros estão habituados a trabalhos árduos e sabem que no final vale a satisfação por contribuir para melhorar o ambiente da comunidade em que estão inseridos.De vassouras nas mãos Inês, 17 anos, e Susana, 20 anos, varrem o chão do exterior da capela para dentro dos carrinhos-de-mão. Depois do almoço oferecido pela junta a vontade de trabalhar diminui um pouco. Mas não o suficiente. “Não é fácil andarmos aqui à chuva e ao frio mas é muito bom quando concluímos o trabalho e verificamos que afinal o nosso esforço valeu a pena. Pelo menos esta capela vai ficar com outra cara, o que melhora o aspecto da vila também”, explica Inês enquanto tira da terra vários pedaços de tijolos partidos. O objectivo da tarefa é encontrar o solo. Abandonada há vários anos a capela tornou-se refugio de toxicodependentes e sem-abrigo. Prova disso são as garrafas de vinho encontradas na terra.No interior da capela, fundada no século XVI e feita em honra de São Francisco Xavier, é possível observar as pinturas e desenhos daquela altura. No centro está colocada uma alcatifa velha e podre que o grupo colocou no lixo. Do lado esquerdo existe uma pequena abertura que dá acesso a um pequeno quintal. A enorme figueira que tomba sobre as frágeis paredes da Capela e a densa vegetação impedem a circulação no quintal. Os escuteiros ainda pensaram em deitar abaixo a árvore devido ao risco de derrubar a parede, mas como o edifício é considerado imóvel de interesse municipal não é possível uma intervenção sem autorização da autarquia.Luís Feliciano, 44 anos, chefe dos Caminheiros de Vialonga e, simultaneamente, chefe do Agrupamento 342 de Vialonga, explica o objectivo do escutismo. “É muito importante para todos os escuteiros desempenharem um papel útil na sociedade. O papel dos escutas mais velhos é transmitir os ensinamentos de Baden Powell. Deixarmos o mundo melhor do que o encontramos e sermos felizes fazendo os outros felizes”, refere enquanto observa o trabalho dos pupilos.O chefe dos Caminheiros de Vialonga entrou para os escuteiros com 12 anos por influência da sua mãe que não sabia o que fazer com os dois filhos jovens. Entrou e apaixonou-se verdadeiramente. Ao ponto de não querer sair tão depressa. Incutiu o gosto pelo escutismo aos dois filhos. Aliás, toda a sua família é escuteira. Desde os filhos, ao irmão, passando pelas cunhadas.Confessa que é difícil explicar como uma pessoa vive o escutismo. “É uma espécie de família, uma grande família com códigos internos muito próprios que só nós percebemos. É indescritível a força dos laços de amizade que criamos uns com os outros”, afirma.
Jovens empenhados em dar nova vida à Capela das Conchas em Vialonga

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