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Nove arguidos respondem por receptação de obras de arte roubadas em igrejas

Nove arguidos respondem por receptação de obras de arte roubadas em igrejas

Policia Judiciária recuperou peças valiosas mas não conseguiu identificar os ladrões

Entre 1993 e 2001 foram assaltadas várias igrejas e residências de onde foram levadas antiguidades e peças de arte sacra, algumas com valores de mercado de 25 mil euros.

Nove pessoas são acusadas pelo Ministério Público de receptação de obras de arte roubadas por todo o país, algumas delas em igrejas, capelas e casas particulares da região. Entre os arguidos, a maioria residente no Alentejo, estão quatro antiquários e dois coleccionadores de antiguidades. O julgamento decorre no Tribunal de Santarém na sequência de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) que veio a encontrar peças datadas dos séculos XV a XX em casa dos arguidos, que entretanto foram apreendidas e posteriormente entregues aos seus legítimos proprietários.As peças, entre imagens de santos e mobiliário, foram roubadas entre os anos de 1993 e 2001. Uma das obras valiosas é uma imagem de Nossa Senhora do Reclamador em pedra ançã com o valor de 25 mil euros e que foi retirada na noite de 8 de Abril de 1993 da capela de São Roque Amador em Vila Nova da Barquinha. Do mesmo templo foi roubado um alto-relevo com o rosto de Cristo em pedra com um valor de mercado de 12.500 euros. Entre as peças recuperadas, que foram roubadas por desconhecidos que não foi possível identificar, está um par de grupos escultóricos com 3 e 2 cabeças de anjos do século XVII que estavam no interior da Igreja de Nossa Senhora de Alcamé, na Companhia das Lezírias, em Vila Franca de Xira e que desapareceram em Agosto de 1999. A PJ recuperou também uma cómoda do século XVIII e uma mesa de centro do século XIX avaliada entre 200 a 300 euros que haviam sido roubadas da residência de Carlos Monteiro, na quinta da Mafarra, Várzea, Santarém. Durante o ano de 2000 foram assaltadas várias quintas do Ribatejo, como a Quinta dos Pinheiros em Riachos, Torres Novas, de onde desapareceram mesas e cadeiras em pau-santo; a Quinta da Gafaria, na Tapada, concelho de Almeirim, de onde foram roubadas bules, pratos em faiança, travessas e terrinas de grande valor comercial. Algumas peças atingem o preço de 600 euros. Um dos arguidos é acusado de 16 crimes de receptação, enquanto sobre os outros incorre a prática de entre um a três crimes de receptação, previsto e punido pelo artigo 231º do Código Penal, com pena de prisão até 5 anos ou com multa até 600 dias. Se o agente fizer da receptação modo de vida, é punido com pena de prisão de um a oito anos.
Nove arguidos respondem por receptação de obras de arte roubadas em igrejas

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