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O carro que arrasta com o peixe tem a ferrugem dos muitos anos de uso. Pela balança já passaram incontáveis quilos de pescado.

O carro que arrasta com o peixe tem a ferrugem dos muitos anos de uso. Pela balança já passaram incontáveis quilos de pescado. De todas as formas, de todos os tamanhos, para todos os gostos. Quem passou pela Rua Serpa Pinto, em Vila Franca de Xira, na tarde fria de 22 de Fevereiro, não deixou de cruzar o olhar com a vendedora de peixe que decidiu tentar a sorte naquela rua. Não é costume. O ganha-pão de Sandra Murtinheira é o peixe que, todas as manhãs, vende no Mercado Municipal de Vila Franca de Xira. Tem 35 anos e o olhar firme e ligeiramente desconfiado de quem não tem uma vida de facilidades. A profissão é dura. No mercado “vai-se vendendo”. Mesmo assim, é melhor do que vender pelas ruas, algo que só raramente faz. Fê-lo naquele dia para não desperdiçar o linguado que tinha sobrado das vendas dessa manhã. Usa bata e avental rosa. O cabelo apanhado. Faz lembrar as figuras dos azulejos que decoram o mercado e a imagem mental que a maioria tem das vendedoras de peixe. Peixeiras ou varinas. Sandra tem uma calma desconcertante. O sorriso é tímido e da sua boca, naquela tarde fria, não saiu um pregão. Espera que a abordem, responde aos clientes com a voz quase sumida e embrulha o peixe sem pressas. Mas com a mestria de quem sabe bem o que faz. Vera Alves

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