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A amizade com Salgueiro Maia

Salgueiro Maia foi o líder natural da coluna militar?Foi. Ele impôs-se para comandar aquela tropa, mas o que se verificou na sequência de tudo o que aconteceu é que foi o homem certo no lugar certo. Eu não sei se tinha chegado ao Terreiro do Paço e se tinha a mesma atitude, a mesma coragem… Porque as atitudes que o Maia tomou foram as certas para derrubar o Governo. Ouvir dizer que era um gaiato e ficar-se. Reagiu bem. Foi um líder natural. A tropa acreditava nele. Era um homem desembaraçado, corajoso e já caldeado pela guerra de África. Como é que ele reagiu ao pós-revolução, quando foi transformado num dos símbolos do golpe?Sei que foi assediado para muitos lugares. Resistiu a ser político ou a pôr galões que ainda não lhe competiam como militar, como aconteceu com outros graduados oficiais em brigadeiros ou em majores. Nunca aceitou qualquer lugar para subir na hierarquia militar ou política. Daí se vê a sua maneira de ser. Era uma pessoa humilde, que não aproveitou a revolução para se auto-promover. Isso muito contribuiu para que fosse também esquecido. Era uma pessoa que exteriorizava os seus sentimentos?Exteriorizava, mas só aquilo que queria. Era um contador de histórias que gostava de ter os amigos à volta dele a comer e a beber. Qual era o seu tipo de relacionamento com ele?Era de amizade e, embora mais novo que eu, íamos a casa um do outro. Conhecíamo-nos bem. Portugal tem feito justiça a Salgueiro Maia?Depois de morto, alguma…

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