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Moita Flores diz que bastonário da Ordem dos Médicos critica acordos com Cuba a pensar no negócio

Moita Flores diz que bastonário da Ordem dos Médicos critica acordos com Cuba a pensar no negócio

Autarca de Santarém responde à letra às acusações de demagogia e manipulação
O presidente da Câmara de Santarém respondeu à letra às críticas que o Bastonário da Ordem dos Médicos fez a propósito dos protocolos celebrados entre alguns municípios nacionais e os serviços médicos cubanos. Acordos que vão permitir o tratamento na área de oftalmologia a doentes carenciados dos concelhos envolvidos, entre os quais Santarém. Na sessão da assembleia municipal de segunda-feira, Francisco Moita Flores (PSD), disse que Pedro Nunes pensou no “negócio” e não na questão social. “O senhor bastonário da Ordem dos Médicos é oftalmologista. Trabalha e ganha dinheiro com as cataratas e outras doenças dos olhos”, afirmou Moita Flores. O autarca manifestou a sua estranheza por só agora Pedro Nunes ter tomado uma posição sobre o assunto, quando se sabe que já há alguns meses que outros municípios (como Vila Real de Santo António e Alandroal) celebraram acordos idênticos.“Há muito que se sabe que Santarém é a quarta câmara a fazer acordos com a República de Cuba. Mas como era Santarém ele tinha de responder. Esta questão do protocolo com Cuba tem a ver com negócio. É para gente que não pode ir a uma clínica privada fazer a operação, é um problema de assistência social”, declarou Moita Flores. “Nós falamos de humanidade, o senhor bastonário fala de negócio”, continuou o autarca, apontando novamente o dedo ao bastonário: “Mas ele não perde nada com os pobres de Santarém, porque eles não têm dinheiro para ir a uma clínica privada”.Para o Moita Flores, o protocolo estabelecido no início da semana passada com os serviços médicos cubanos (ver última edição de O MIRANTE) já se justificou pela discussão que suscitou ao nível dos responsáveis pela área da saúde. “Oxalá que não seja preciso mandar ninguém a Cuba, é sinal que Santarém é ouvida”, disse o autarca.Recorde-se que o bastonário, no final de uma audiência com Cavaco Silva na semana passada, criticou medidas “desnecessárias, demagogas, que manipulam a opinião pública e que deixam mal a imagem do país” ao nível da saúde, aludindo aos acordos feitos com os serviços de saúde cubanos. “Trata-se de uma ideia mirabolante porque está em causa apenas uma questão de organização e apoio financeiro”, comentou o responsável citado pelo jornal Público. Pedro Nunes rejeita que haja falta de médicos dessa especialidade e afirmou, ainda segundo a mesma fonte, que “os valores em causa por cada doente permitia serem operados em Portugal”, nomeadamente através de convenções e sem o “incómodo” de deslocações longas. Lista de espera de 500 utentesNo mesmo sentido pronunciou-se o presidente da Assembleia Municipal de Santarém, António Pinto Correia (PSD), que é médico. Após a intervenção de Moita Flores defendeu a concertação entre autarquia e o Hospital de Santarém no sentido de resolução do problema. “O protocolo com Cuba já desempenhou o papel mais importante que tinha a desempenhar”, observou referindo-se ao debate gerado. Actualmente, ainda segundo o mesmo responsável, há no hospital uma lista de espera para operações na área da oftalmologia de cerca de 500 pacientes. Um número que tem vindo a manter-se constante nos últimos anos.
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