“Houve muita gente contra, colegas e professores, que não acreditavam na capacidade dos alunos assumirem este projecto ambicioso”, conta a professora de física, responsável pela disciplina de área de projecto, Maria João Domingos. “Fala-se nesta ligação entre a escola e a sociedade e incentiva-se os jovens para grandes projectos, mas quando eles querem fazer alguma coisa encontram barreiras. Mas é assim que têm que crescer”, complementa.Bruno Cadilha também lamenta o envolvimento da escola, tal como Ana Roma. Fazer obras no interior da escola com fundos oriundos de empresas privadas cria grandes problemas burocráticos mas a professora Maria João Domingos acredita que há forma de dar a volta à situação. “Se os alunos conseguirem os meios, a escola não os vai desperdiçar”.Ângelo Dias fala a O MIRANTE de um choque entre a escola e a realidade – “pensávamos, no início, que era mais fácil arranjar apoio monetário”, confessa – mas realça a aprendizagem que o processo trouxe ao grupo. “Aprendemos tudo o que é necessário para construir um projecto. Às vezes nem temos a noção de todo o trabalho que está por trás”, explica. Marta Silva concorda e reforça que a experiência lhes vai ser benéfica a nível profissional. Bruno Cadilha destaca a capacidade de autonomia que os imprevistos ofereceram ao grupo. “Não estávamos habituados a desenvolver trabalhos sem a ajuda de um professor e neste tipo de projectos aprendemos a mexer-nos sozinhos”, sublinha.