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Saiu de casa por ter medo que o tecto lhe caísse em cima

Saiu de casa por ter medo que o tecto lhe caísse em cima

Idoso foi dormir para casa de uma filha devido à degradação da casa que arrendou

O edifício fica numa das ruas principais do centro histórico de Santarém e o senhorio não tem posses para fazer obras. A câmara comprometeu-se há dois anos a arranjar a casa.

Manuel Oliveira, 82 anos, não ganhou para o susto quando na manhã do dia 21 Abril acordou com um pequeno estrondo e viu no chão de uma das divisões da casa, junto a uma janela, um amontoado de terra e cimento caídos do tecto. Pegou no telefone e ligou para os bombeiros e protecção civil municipais. O idoso dorme agora em casa de uma filha por ter medo que o tecto lhe caia em cima. A casa é arrendada e o senhorio diz que não tem posses para fazer obras. A Câmara de Santarém comprometeu-se há um ano a avançar mas até à data nada aconteceu. O idoso mora há 36 anos no prédio, um edifício de dois andares localizado na Rua Serpa Pinto, em pleno centro histórico de Santarém. As únicas obras que foram feitas no imóvel aconteceram há mais de dez anos e consistiram na substituição de telhas partidas e na reconstrução de parte da cobertura. “Chove em todas as divisões, menos no quarto onde durmo”, conta Manuel Oliveira, o único residente daquele prédio. Em todas as divisões existem plásticos a “remendar” o tecto para evitar que a água entre. Na cozinha estão baldes preparados para aparar a água nos dias em que chove mais. O estado de degradação em que se encontra o edifício foi sinalizado com uma rede de protecção pelos serviços da câmara, quando esta assumiu a recuperação do mesmo. “No início do ano de 2006 o senhorio mostrou-me o contrato que fez com a câmara em que dizia que a autarquia assumia as responsabilidades pela obra”, refere o idoso.A ausência de obras coloca em risco a segurança do idoso que paga mensalmente uma renda de 45 euros e 18 cêntimos. E a reforma que ganha não lhe permite assumir esse investimento. A esposa do senhorio, Ivone Fernandes, diz que tentaram “há cerca de dois anos fazer um empréstimo ao banco para fazer obras no prédio”, mas foi-lhes recusado devido “aos rendimentos mínimos”, tendo por esse motivo solicitado a ajuda da câmara.Nessa altura, no início de 2006, os serviços responsáveis pela requalificação e urbanismo da Câmara de Santarém deslocaram-se à habitação de Manuel Oliveira para procederem a uma vistoria. Posteriormente a autarquia assumiu a posse administrativa do prédio no sentido de realizar as obras necessárias. Segundo o vereador Ricardo Gonçalves (PSD), o processo da reabilitação do prédio não foi esquecido. O autarca diz que já foram feitas várias vistorias à casa e que após o último desabamento, numa das divisões da habitação, foram enviados dois técnicos ao local, tendo-lhe sido garantido que “não há perigo de o prédio ruir”. Adianta ainda que este será um problema resolvido nos próximos meses. Simultaneamente, acrescenta, que a autarquia vai “arrancar com as obras na habitação dentro de mês e meio”.
Saiu de casa por ter medo que o tecto lhe caísse em cima

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