Vale do Tejo abaixo da média nacional em número de licenciados
Diagnóstico feito no âmbito do Plano Regional de Ordenamento do Território
As sub-regiões do Oeste e Vale do Tejo estão “seguramente mal” no que toca ao número de licenciados, situando-se abaixo da média nacional, disse o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.António Fonseca Ferreira participou terça-feira no fórum de discussão sobre o ensino superior na Região de Lisboa e Vale do Tejo, promovido pelo Instituto Politécnico de Santarém (IPS) e que contou com a presença dos outros três politécnicos abrangidos por esta região (Lisboa, Setúbal e Tomar).Considerando os indicadores relativos à qualificação dos portugueses “elucidativos” do atraso do país, Fonseca Ferreira frisou que o Oeste e Vale do Tejo estão “seguramente mal”, apesar do Médio Tejo aparecer melhor posicionado que a Lezíria e o Oeste, por razões ainda não analisadas.Os números, ainda não trabalhados, foram apurados no âmbito da elaboração do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo, que foi apresentado quinta-feira em Vila Nova da Barquinha seguindo depois para inquérito público, esperando Fonseca Ferreira que esteja concluído em Setembro.Segundo disse, o Oeste é a sub-região que apresenta um menor número de licenciados (10,6 por cento), seguindo-se a Lezíria, com 11,8 por cento, e o Médio Tejo (13,6 por cento), abaixo da média nacional, que se situa nos 15,7 por cento. Apenas a Área Metropolitana de Lisboa (23,4 por cento) e a Grande Lisboa (25,6 por cento) apresentam valores próximos da média europeia (25 por cento), disse, frisando que a Portugal falta o “talento (que implica formação e especialização) para avançar”.Fonseca Ferreira defende regionalizaçãoReafirmando-se adepto convicto da regionalização, Fonseca Ferreira defendeu o “papel específico” do ensino superior politécnico, considerando-o “a primeira instância da territorialização do ensino”. O presidente da CCDR-LVT lembrou os desafios que se colocam a uma região cujo desenvolvimento vai ser grandemente determinado pela construção do novo aeroporto internacional de Lisboa na margem esquerda do Tejo.Esta localização vai, no seu entender, deslocar o eixo de desenvolvimento que actualmente se concentra na faixa litoral entre as auto-estradas 1 e 8 mais para o interior, com todas as implicações que isso terá na margem esquerda do Tejo, nomeadamente em termos de ordenamento do território.Fonseca Ferreira disponibilizou-se para, juntamente com os politécnicos da região, os ministérios do Trabalho (através do Instituto do Emprego e Formação Profissional) e da Educação, escolas profissionais e empresas fazer um diagnóstico “operativo” que permita à região beneficiar dos “muitos recursos” que o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) vai disponibilizar em matéria de formação e qualificação.A presidente do IPS, Maria de Lurdes Asseiro, tinha pedido, no início da sessão, o fim do “divórcio e dos preconceitos ainda existentes”, apelando ao diálogo entre as diversas instâncias com responsabilidades no desenvolvimento da região, na qual inseriu o ensino superior politécnico, o qual, assegurou, “quer ser parte activa”.Francisco Moita Flores, presidente da Câmara Municipal de Santarém, advertiu que as universidades e politécnicos “não fogem à capacidade de produzir também pequenos ‘napoleões’”, considerando um “erro histórico” centralizar os politécnicos “em Leiria, ou Coimbra ou qualquer outra cidade”. Os “imperialismos” nesta área podem “destruir a esperança, à porta de um novo quadro comunitário, de não voltarmos a errar”, disse.
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