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Som do flamenco atrai centenas de pessoas à Igreja de Azambuja

Som do flamenco atrai centenas de pessoas à Igreja de Azambuja

Missa Rociera marca arranque do Mês de Cultura Tauromáquica
17h00. O sino da igreja ecoa pela vila. O sol de final de tarde de Primavera ilumina o largo da igreja. Lá dentro uma pequena multidão enche o templo religioso. Aguardam serenamente o início da missa. Uma missa diferente das habituais.À direita do altar o grupo espanhol Puebla del Rio toma os seus lugares e concentra-se. Cinco mulheres e cinco homens. Elas cantam. Eles tocam. Elas trajam vestidos coloridos, folhados. No cimo da cabeça, a compor o cabelo apanhado, sobressai uma rosa. Vermelha, branca e roxa. A condizer com o vestido.Há cinco anos que o grupo natural de Sevilha (Espanha) é presença assídua na tradicional missa que este ano decorreu a 3 de maio e marcou o arranque da décima edição do mês de cultura tauromáquica de Azambuja. Nesta altura vêm a Portugal, sempre com passagem por Azambuja, mostrar como é uma cerimónia religiosa à moda da região da Andaluzia.Sempre que existe uma pausa na homilia começam os cânticos castelhanos. Lola Rodrigues, 68 anos, matriarca dos Puebla del Rio, enverga um vestido comprido em tons de verde com um xaile branco ao peito e um colar com a bandeira de Espanha. Nas mãos segura duas castanholas que marcam o ritmo da música.A poderosa voz ecoa pela igreja e arrepia os espectadores durante o solo que faz do “Pai Nosso”. Os restantes elementos acompanham-na. Lola Rodrigues não consegue precisar há quanto tempo existe o grupo. “Começámos a cantar durante as reuniões familiares e, mais tarde, começámos a actuar. Está-nos no sangue. Canto desde muito criança”, conta.Atrás das jovens cantoras, os homens tocam viola e outros instrumentos de percussão. As suas vozes combinam harmoniosamente com as vozes femininas. Todos os membros da Irmandade Puebla del Rio possuem laços familiares entre si. Filhos, netos, noras e genros de Lola Rodrigues compõem o grupo.Os fiéis participam activamente na celebração religiosa dirigida pelo Padre João Canilho. No final aplaudem entusiasticamente o grupo de Sevilha. Manuela Conceição veio propositadamente de Vila Franca de Xira assistir à Missa Flamenca. “Há três anos que venho a Azambuja assistir a esta missa. É muito bonita. A música dá outro colorido à celebração do Cristianismo. Portugal deveria pensar em implementar este tipo de espectáculos nas nossas homilias. Talvez trouxessemos mais pessoas e, sobretudo, mais jovens”, realça.O presidente da câmara municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, também marcou presença neste espectáculo que considera ser um grande acto de fé. “É uma missa muito bonita. Penso que, mesmo aqueles que não são crentes, sentiram hoje, de alguma forma, a presença de Deus”, referiu o autarca, adiantando ainda que as missas portuguesas poderiam ser, à semelhança do que acontece em Espanha, um pouco mais animadas.
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