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Câmara do Cartaxo colocou nas contas 21 milhões de euros que não recebeu

Oposição na assembleia municipal deixou fortes críticas ao documento
A maioria socialista que governa a Câmara do Cartaxo foi acusada pela oposição de colocar nas contas da autarquia referentes a 2007 uma receita de 21 milhões de euros que ainda não entraram nos cofres municipais. A verba diz respeito ao dinheiro que a câmara pensa encaixar com a concessão a privados da exploração das redes de abastecimento de água e de saneamento básico. Um processo que se encontra ainda em fase de concurso para escolha do concessionário.Esse foi aliás o tema quente da discussão das contas do município na última sessão da assembleia municipal. O social-democrata Vasco Cunha acusou o executivo socialista de tentar enganar a Direcção Geral das Autarquias Locais e o Tribunal de Contas ao registar no resultado líquido de 2007 o recebimento de 21 milhões de euros da concessão das águas, que efectivamente não aconteceu. Um processo que se encontra em fase de análise de propostas e com o qual se “tentou tapar o limite legal de endividamento da câmara”, constatou. Também Rogério Coito (CDU) considera virtual aquela verba introduzida das contas de 2007 quando a receita apenas irá chegar aos cofres municipais em 2008. “As contas de 2007 foram certificadas por um Revisor Oficial de Contas (ROC) que justificou a possibilidade de enquadramento legal da receita de 21 milhões de euros com a concessão das águas no relatório de gestão e nas demonstrações financeiras do município”, contrapõe a autarquia em comunicado.No mesmo comunicado, o presidente da câmara, Paulo Caldas (PS), olha para o futuro e adianta que será com recurso a financiamento de médio e longo prazo, assim como com a verba extraordinária proveniente da concessão das águas, que serão pagas as dívidas a fornecedores e empreiteiros, assim como os próximos investimentos no âmbito do QREN.Para o PSD é uma farsa a consolidação financeira anunciada pelo PS quando o passivo aumentou para 27,9 milhões de euros em 2007 e as dívidas de curto prazo a fornecedores e empreiteiros cresceram 56 por cento no mesmo ano. Enquanto a dívida de médio e longo prazo subiu para 11,9 milhões. “Paga-se cada vez menos e deve-se cada vez mais”, sublinhou Vasco Cunha. O eleito social-democrata acusa ainda o executivo soicialista de andar a “mentir aos munícipes” e de ser responsável pela bancarrota e ruptura financeira da câmara. Segundo Vasco Cunha, o executivo socialista pagou apenas um quinto do valor de investimento que previu e é dos piores a cumprir o plano de actividades. Rogério Coito repetiu os argumentos já expostos pela coligação no executivo para chumbar a proposta, considerando duvidoso como o activo municipal possa crescer 75 por cento num ano e criticando a contratualização de empréstimos bancários para pagamento de dívidas a terceiros. Constata ainda a coligação que a execução orçamental em 2007 é inferior a 50 por cento. “Não entendemos para que serve fazerem-se orçamentos desproporcionados da realidade», concluiu.Pelo BE, Francisco Colaço criticou também o aumento das dívidas a fornecedores e de fornecimento e serviços externos, que resultam em sérias dificuldades da câmara em satisfazer os seus compromissos com instituições bancárias.

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