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Contas da Câmara de Alcanena aprovadas apesar das críticas da oposição

Oposição contesta falta de investimento e estagnação do concelho
As contas do município de Alcanena referentes a 2007 foram aprovadas em Assembleia Municipal pela maioria do movimento Independentes do concelho de Alcanena (ICA). Os deputados municipais das outras forças políticas votaram contra, contestando a baixa execução e a incapacidade do município em controlar as despesas. Em 2007, a autarquia registou uma receita total de 17 milhões de euros, mais sete milhões que a totalidade das despesas efectuadas (10.461.561 euros).Para o grupo municipal do PSD de Alcanena trata-se de um “documento em que as despesas estão irreflectidas”. Miguel Domingos (PSD) sustenta que o executivo carece de “estratégia de desenvolvimento” e acusa o município de estar “constantemente a apoiar-se em fundos comunitários”. Uma situação, segundo ele, que se arrasta há 4 anos. O eleito social-democrata resume ainda o mandato a “três ou quatro grandes obras” onde se incluem os esgotos da Serra de Santo António, a conclusão do Centro Ciência Viva e os planos de Acção Social. Salienta que a dívida a terceiros aumentou e que desta forma a curto prazo o concelho de Alcanena “não terá nem obra nem dinheiro”. O aumento das despesas com o pessoal gerou por parte do PSD e do PS também fortes críticas. Segundo o relatório de contas da Câmara de Alcanena, foram contratados 45 novos colaboradores no ano de 2007. “Não conheço nenhuma empresa que aumente em 20 por cento a sua força de trabalho e diminua apenas em 17 por cento as horas extraordinárias”, alude o social-democrata Miguel Domingos. O presidente da câmara, Luís Azevedo (ICA), explica que a diferença do número de pessoal contratado tem a ver com os estágios profissionais que o município tem acolhido com recurso ao PEPAL (Programa de Estágios Profissionais da Administração Local) garantindo que “não trouxeram encargos significativos para o município”.Da bancada do PS, Alberto Barreiros (PS) contesta igualmente a falta de investimento e o endividamento da câmara. “Estamos endividados e não temos obra. Talvez o executivo esteja a guardar o investimento para o último ano de mandato quando as eleições se aproximam”, critica o socialista.Perante estas críticas, a defesa da maioria coube a Vasco Aparício (ICA), que remeteu para os constantes cortes orçamentais aos municípios por parte do Governo e para a falta de propostas da oposição a falta de mais investimento.PS recusa “abrir portas” aos independentesO momento alto do debate político aconteceu no momento em que o deputado da bancada socialista, António Barreiros se insurge contra as “queixas” do presidente da câmara. O presidente terá pedido à concelhia do PS de Alcanena a intercessão dos mesmos junto dos membros do Governo de forma a “abrir portas ao diálogo”, sem que tal tenha acontecido. Alberto Barreiros (PS) diz que não é dever do seu partido “abrir portas” a quem dirige o município. “Foi o senhor presidente que ganhou as eleições. Não estava à espera que o Partido Socialista lhe abrisse as portas. Somos um partido aspirante ao poder, não temos de ser nós a gerir”, argumenta o deputado.Munícipe pede demissão de presidente da câmaraJá no final da reunião, durante a intervenção do público, a munícipe Aldina Marques pediu a demissão do presidente da Câmara de Alcanena numa carta que leu e exigiu a anexação em acta. A munícipe contesta o discurso proferido pelo presidente nas comemorações do 25 de Abril, acusando-o de “semear o veneno sobre aquilo que representa a data”, contou a O MIRANTE. Ao longo das suas declarações fez ainda acusações pessoais ao edil. Luís Azevedo diz “não compreender aquela atitude”, na sua opinião sem sentido.

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