Sempre dei muito valor à minha liberdade individual. Foi por isso que me tornei empresário. Gostava de me sentir responsável por mim próprio. Quando criei esta empresa, era jovem, empreendedor, tinha ambição, queria vencer. Tinha consciência de que se trabalhasse bem e fosse coerente com as minhas atitudes, o resultado desse trabalho iria aparecer mais tarde. O empreendedorismo deve ser fomentado entre os jovens. Já não existe o emprego para toda a vida. Cada pessoa que aqui trabalha representa a empresa. Todos estão conscientes desta regra. Isso dá-lhes a responsabilidade e faz com que eu tenha uma equipa maravilhosa e cuja gestão é facilitada pelo facto de trabalharmos com departamentos autónomos com um responsável próprio. Não necessito intervir no dia-a-dia da empresa mas vou lá diariamente. O meu papel, hoje em dia, passa por estar em articulação com os responsáveis de cada departamento e estar presente em reuniões que resultem em novos projectos. Tento criar novas estratégias sem me deixar absorver pelo trabalho do dia-a-dia. É muito importante ter tempo para pensar. E ter tempo para decidir. Se fosse um operacional não teria esse tempo. Dou muito valor à palavra. Herdei isso do meu pai. Não gosto de excesso de protagonismo. Prefiro a discrição. Sou divorciado e tenho quatro filhos. São a base da minha vida. Todos os fins de semana junto os meus filhos para jantarmos ao sábado em minha casa. O tempo não é muito. Mas quando estamos juntos, estamos juntos de verdade. Também arranjo sempre tempo para praticar dois hobbies que adoro. Ténis e futebol. Fazem parte da minha agenda como uma reunião de trabalho. Também viajo com frequência para tentar arranjar novos contactos, novos parceiros. Gosto muito de o fazer, seja para onde for. Volto sempre mais rico culturalmente. Nos momentos difíceis é que vem ao de cima o valor do empresário. Há dez anos que andava a lutar pela internacionalização da empresa e, finalmente, em 2008 concretizaram-se as primeiras vendas. Temos parceiros locais em Espanha, no Brasil e também em Angola. O ano de 2008 vai ser um bom ano para a RISA, apesar dos negócios no nosso país não estarem a atravesar uma fase favorável.