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A Póvoa é um mau exemplo urbanístico

O museu do neo-realismo foi uma das grandes obras do concelho, mas por vezes estão 10 pessoas na plateia durante as conferências.Não é um fenómeno do museu do neo-realismo é um fenómeno do país. Muitas vezes em Serralves, um museu de referência, estão 12 ou 13 pessoas nas sessões. Depende muito da temática e do personagem. O mesmo acontece no Museu do Chiado e no próprio Centro Cultural de Belém. No outro dia alguém me dizia que a cabeça das pessoas está tão cheia de outras preocupações que não vale a pena colocar a arte ou a literatura. Eu acho que vale sempre a pena tentar mesmo quando estão 10 ou 12. Estão poucos, mas com sentido forte de participação.O próprio arquitecto do museu teceu algumas críticas ao planeamento de Vila Franca…Não me parece que o museu choque com a cidade. Mesmo alguns críticos relativamente à concepção arquitectónica do museu e à sua integração no casario mudaram de opinião. Haverá sempre em qualquer obra de arquitectura quem goste e quem não goste.Como olha o concelho em termos urbanísticos?Vejo com muito prazer a recuperação de vários edifícios que marcaram uma época. Relativamente aos núcleos mais recentes são fruto de uma época em termos urbanísticos. E cada época tem características próprias. A câmara tem tido preocupação em relação às edificações, à qualidade e ao planeamento urbanístico. E isso é patente na revisão do plano director municipal. Há casos em que pouco se pode fazer porque são edificações anteriores aos anos 90… Por exemplo?A Póvoa de Santa Iria. Até aos anos 90 o edificado cresceu de uma forma assustadora. De tal maneira que o espaço foi sendo progressivamente ocupado por edifícios altíssimos e tenho pena que agora não se possa voltar atrás. Quando este executivo tomou posse olhou e não podia deitar os edifícios abaixo. Os edifícios estavam programados e concretizaram-se. A Póvoa é o exemplo sintomático daquilo que não se deve fazer em termos urbanísticos. Ao longo das ruas vêem-se edifícios com um número de pisos que considero elevadíssimos. Este executivo tem preocupações sobre o tipo de edifícios a construir, número de andares, arranjos paisagísticos, praças, jardins e parques.Não a choca a Nova Vila Franca?Não porque o que estava previsto era muito mais. Chocar-me-ia aquilo que estava previsto. Parece-me que vamos ter ali uma urbanização de qualidade. Não tendo apenas edifícios, mas áreas de respiração entre edifícios e áreas comuns libertas para o cidadão usufruir. Ter construção de qualidade não significa ter um edifício bonito e com bons materiais. Aprecia a cultura tauromáquica?Não sou particularmente apreciadora, mas respeito muito o fenómeno e compreendo-o, tal como a tudo o que gira à volta da lezíria, do touro, do cavalo e do campino e no seu todo fazem uma festa fantástica. É a arte maior do concelho?Uma das marcas de Vila Franca de Xira é seguramente a tauromaquia. Aprendi a gostar dos touros ouvindo aqueles que têm a paixão pelos touros. Quem vive distanciado entende mal. Para mim foi importante ouvir os aficcionados que me passaram grandes lições de sabedoria.

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