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O escritor que gosta de viajar sem aviões

Gonçalo Cadilhe tem 40 anos e nasceu na Figueira da Foz. Tirou o curso de Gestão de Empresas, mas cedo percebeu que a sua vida não passaria pela rotina. Decidiu abandonar o emprego e fazer aquilo que realmente lhe dá mais prazer na vida: viajar. Enquanto tirava o curso começou a trabalhar como repórter na revista Grande Reportagem, na altura, dirigida pelo jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares. Depois de formar-se decidiu viajar e escrever sobre isso. “Os primeiros anos foram complicados sobretudo a nível financeiro uma vez que publicava um texto de três em três meses e não dava para suportar as despesas”, conta Gonçalo Cadilhe durante uma sessão de conversas no restaurante “Cabana dos Parodiantes”, em Salvaterra de Magos, onde foi convidado na noite de quinta-feira, 22 de Maio. Os pais não gostavam da forma como Gonçalo vivia e a mãe costumava dizer-lhe que o escritor estava a viver de expedientes e não tinha um emprego seguro.Em 1999 foi convidado para trabalhar no jornal “Expresso” como freelancer. Em 2002 propôs ao semanário um projecto de vários meses. O objectivo era aproveitar o avanço das novas tecnologias e escrever as reportagens durante a viagem e publicá-las semanalmente na revista “Única”. “Não sabíamos quanto tempo duraria a viagem. A ideia era tentar dar a volta ao mundo sem apanhar aviões”, explica.A viagem da volta ao mundo durou 19 meses, mas a ideia de viajar sem recorrer a aviões falhou. No Afeganistão chegou a uma zona limite de guerra e a única alternativa era apanhar um voo doméstico de modo a evitar o conflito.Depois de “Planisfério Pessoal”, “A Lua pode esperar” e “África Acima”, o escritor lançou a 14 de Maio a mais recente obra que já se encontra em quarto lugar no top de vendas da FNAC. “Nos Passos de Magalhães” relata as viagens de Gonçalo Cadilhe pelos mesmos locais por onde o navegador português Fernão de Magalhães passou durante a viagem de circum-navegação. “A ideia surgiu depois de ter lido uma biografia do navegador. Fui ao índice remissivo para perceber por que locais ele andou. A sucessão de topónimos que apareciam não deixava dúvidas: Azamor, Baía San Julian, Cochim, Guam, Kilwa, Malaca, Rio de Janeiro, entre tantos outros. Fiquei abismado. Encontrei um novo projecto de viagem”, conta o autor no seu mais recente livro.

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