Aprofundar todo o processo que envolve a produção dos vinhos denominados históricos é o primeiro objectivo da Associação de Vinhos Históricos, formalizada oficialmente no dia 29 de Maio, em Ourém. A iniciativa junta 28 produtores de diversas regiões do país (incluindo dos Açores) que pretendem ver salvaguardado este tipo de vinho, através da elaboração de uma legislação específica por parte do Governo.“Os vinhos têm que ser estudados. Temos que avançar para um regulamento de produção para cada um deles e certificar os produtores que o produzam dentro das normas”, referiu um dos oradores presentes na cerimónia. Uma opinião partilhada pelos fundadores da associação, que insistiram na necessidade de criar uma plataforma que dê maior visibilidade a um vinho “esquecido” em termos nacionais mas cada vez mais procurado no estrangeiro.O presidente da Câmara de Ourém, que acolheu o evento, está solidário com a associação, acreditando também que as autarquias têm a responsabilidade de promover e divulgar o que de bom se faz nos seus concelhos, em termos vinícolas. Dando o exemplo, David Catarino (PSD) anunciou que uma das condições obrigatórias no concurso para a concessão de um espaço destinado à mostra de produtos tradicionais é a disponibilização, por parte do concessionário, de uma prova de vinhos históricos. “Estamos num local ideal para isso, com uma pousada a poucos metros que atrai milhares de visitantes por ano”, concluiu o autarca. Não é por acaso que o espaço hoteleiro, integrado na rede das pousadas de Portugal, foi o escolhido para sede da nova associação.Na formalização da associação vitivinícola marcaram presença vinhos dos Açores (Pico, Biscoitos e Graciosa), além do Talha do Alentejo, “Petroleiros” de Vila de Frades, de Colares, o Medieval de Ourém e os verdes históricos. No final da sessão, que incluiu uma visita a uma vinha e respectivo ambiente produtivo e o lançamento de uma publicação sobre gastronomia, realizou-se a primeira assembleia da associação, tendo sido eleita a única lista concorrente, presidida por António Lopes, um dos fundadores da VitiOurém.