Há quase duas décadas a lidar diariamente com doenças da cabeça e da coluna, o especialista em neurocirurgia, Rui Bello da Silva, é peremptório a afirmar que se sente realizado profissionalmente. A explicação é uma: “Gostar daquilo que se faz”. Após concluir a sua formação em medicina geral, no ano de 1979, viria a especializar-se poucos anos depois em neurocirurgia, a sua área de eleição desde sempre. Hoje, com uma carreira construída, explica que “o estudo é importante mas a experiência, acima de tudo” faz a diferença em qualquer profissão.A sua semana é repartida entre Lisboa (Hospital de S. José), Santarém e Torres Novas, as três cidades onde dá consultas, confessando porém que chega a deslocar-se muitas vezes a Lagos, onde os seus serviços também são solicitados. As clínicas onde dá consultas beneficiam de acordos com a ADSE, PT e PSP.Rui Bello da Silva diz que nos últimos dez anos, os constantes avanços da tecnologia, vieram facilitar em muito o trabalho aos especialistas e também a resolução dos problemas ao doente. “Ocorreram excelentes mudanças técnicas na neurocirurgia. A evolução da tecnologia facilita-nos a vida dando-nos mais certezas e aumenta a fiabilidade dos tratamentos”.Especialista nas patologias degenerativas da coluna (hérnias discais, tumores raquidianos, etc) e patologias degenerativas da cabeça, Rui Bello da Silva atende um grande número de doentes ao longo do seu dia, permanecendo muitas das vezes nos seus consultórios pela noite dentro.A dedicação aos casos que acompanha vale-lhe a amizade de muita gente. “No meu consultório em Lisboa tenho um quadro que diz: ‘Procurei um médico, arranjei um amigo’. Foi uma família amiga que mo ofereceu”, conta com orgulho. Considera esses momentos da sua vida “muito consoladores”.O neurocirurgião admite que “vive demasiadamente a situação do doente”. É frequente levar os “problemas” consigo para casa e só “descansa” quando os resolve. Os casos de insucesso incomodam-no, porém, não tem dúvidas de que qualquer profissional erra. No que refere ao sistema nacional de saúde, diz existirem bons neurocirurgiões quer no privado, quer no público. Para se manter actualizado, Bello da Silva lê artigos, troca impressões com colegas de trabalho, serve-se da internet e participa nos congressos mais relevantes da sua especialidade.Natural e com residência em Lisboa, o pouco tempo livre que lhe sobra ocupa-o com o que mais lhe dá prazer. Dar atenção à família, ouvir música clássica, jogar ténis e dançar sempre que pode, são alguns dos seus hobbies.