uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
O animador de festas

O animador de festas

Francisco Albino é um faz-tudo na Virtualvent Eventos
“Desculpe, mas às vezes o corpo não aguenta e adormeci”. Francisco Albino chegou um pouco atrasado à conversa com O MIRANTE mas sem problemas. Afinal, não é qualquer um que consegue estar de olhos bem abertos e mente limpa quando se trabalha até às cinco da manhã e duas horas e meia depois se tem de estar junto à empresa. Francisco Albino é proprietário da empresa Virtualvent Eventos, com sede no Cartaxo. Prepara, monta e desmonta festas e convívios com múltiplos insufláveis, para crianças ou para adultos. “Dispara” ainda canhões de espuma, esferovite e neve artificial em bares e discotecas e tem uma série de equipamentos para a realização de desportos radicais. As cinco carrinhas da empresa percorrem o país. Já foram ainda a Espanha e até aos Açores. O empresário começou por fazer outros trabalhos, com os videojogos, matraquilhos, snookers para cafés e bares. Aos poucos mudou de tendência e adquiriu um touro mecânico. A seguir vieram os insufláveis. Grande parte do trabalho desenrola-se ao longo do Verão. São festas de populares, de aniversário e casamentos. Festas promovidas por juntas de freguesia ou câmaras, além da animação em bares, discotecas. No armazém do Cartaxo, à beira da estrada que liga a cidade a Pontével, Francisco Albino tem um pouco de tudo. No sector de insufláveis há diversos tipos de escorregas, matraquilhos humanos, gladiadores (luta com cotonetes gigantes a partir de plataforma) e luta de sacos. Há ainda piscinas com bolas, o pula-pula, ringues de boxe, entre outros. Para a animação nocturna Francisco Albino guarda outros apetrechos. O mais conhecido é o das festas de espuma em discotecas e o touro mecânico. O canhão que dispara a espuma é enorme e tem sempre ao lado um reservatório com mil litros de água. O touro, com insufláveis de lado, desafia os mais afoitos cowboys. Os adeptos das noites de gelo, podem ainda contar com lançamento de neve artificial e de esferovite. Não faltam também os ambientes e equipamentos para desportos radicais. Slide, balão de ar quente, escalada e paintball e bungee.Os dias e noites para montar, prestar o serviço, desmontar e partir para outra “paróquia” podem ser muitos desgastantes. A semana que antecedeu o Dia Mundial da Criança, a 1 de Junho, foi uma romaria para Francisco Albino e os seus colaboradores.Segunda-feira estava em Azambuja. Terça em Santarém, quinta-feira em Lisboa, sexta em Almeida (Guarda). Passou por Gavião e Vila Nova de Mil Fontes no sábado e Portela das Padeiras e Odivelas, no dia 1. “Nos primeiros tempos desta vida cheguei a fazer um beliche dentro da carrinha onde levava o touro mecânico”, lembra Francisco Albino, que considera cada viagem uma aventura que também pode ser divertida.Mónica Amado, mulher dos sete ofícios, acompanha-o na guerra do trabalho. Faz animações, pinturas faciais, anda de monociclo. E ainda costura na máquina industrial os insufláveis que precisam de ser remendados, a par de outros que são manufacturados.Se agora os tempos são de correria de festa em festa, em miúdo Francisco Albino sempre teve duas fixações como futuro profissional: ser tractorista ou electricista. “Veja lá o interesse que eu tinha pela escola que saí da quarta classe com 14 anos”, recorda com um sorriso.Acabou por ir trabalhar para a secção de electricidade da Estação Zootécnica Nacional (EZN), no Vale de Santarém. O cumprimento do serviço militar em Paço de Arcos fê-lo mudar de ideias quando passou a mexer em fios, tomadas e afins. “Só ali, havia 400 electricistas. O que é que eu ia fazer para aquele mundo no meio de tanto profissional?”, questiona, consciente da opção de vida que tomou. Na EZN ficou com a categoria de jornaleiro. Mais tarde passou a guarda agrícola e, finalmente, guarda-nocturno. “Se não fosse o que sou hoje tinha ido para manutenção de campas de cemitérios para familiares dos falecidos”, garante.Um dos episódios mais engraçados por que Francisco Albino passou foi durante a montagem de um touro mecânico no estúdio dos programas da RTP “Praça da Alegria“ e “Portugal no Coração”, há cerca de três anos. “Meti-me dentro de um touro (que é oco) para testar os comandos da corda onde o montador se agarra e alguém lá fora carregou num botão. Andei às cambalhotas lá dentro e esfolei as costas. Mas apareceu logo um enfermeiro e um médico para me assistirem. Não há televisão como a RTP!”, graceja agora.
O animador de festas

Mais Notícias

    A carregar...