Um movimento estratégico de equipa para chamar o toiro. Uma finta. E um salto acrobático por cima do animal em pontas. As bancadas da Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, encheram no sábado à noite para ver o concurso de recortadores de toiros. O jovem vilafranquense Pedro Carolino, 16 anos, manteve o troféu em casa num espectáculo que reuniu na arena portugueses e espanhóis. Foi escolhido pelo júri para premiar a juventude e a coragem numa modalidade ainda pouco divulgada em Portugal, mas que no país vizinho está entre os espectáculos mais apreciados.Tem 16 anos e é exímio a executar os “cambios” a fintar o toiro. A mãe ficou em casa para evitar o sofrimento, mas o público aplaudiu o filho da terra com o número 13 na camisola. O número que lhe calhou no uniforme não foi sinónimo de azar. “Fiquei muito feliz sobretudo por ganhar em casa”, disse a O MIRANTE o jovem de troféu da mão.Saiu da arena em ombros, traje branco e vermelho “pasion”, e mal conseguiu conter as lágrimas enquanto descrevia o que é ser recortador. Os novos toureiros de corpo aberto que desafiam os toiros sem capote e sem cavalo. Pedro Carolino treina todos os dias. Na quinta onde reside em Vila Franca de Xira e na casa de amigos e de ganaderos que o incentivam a continuar. É filho da terra e desce cedo que vive a paixão da tauromaquia. Desde os seis anos que segue a paixão. Começou com treinar o salto com a vara e tem evoluído nas tentas. É aluno do nono ano na Escola Vasco Moniz, em Vila Franca de Xira, mas não sonha em ser doutor ou engenheiro. Quer fazer carreira no mundo dos toiros. É a única certeza que tem aos 16 anos.