Cooperativa de Vila Franca apostada em criar mercado de produtos biológicos
Reduzir os custos dos produtos retirando os intermediário é o objectivo
Uma cooperativa de produtos biológicos está a dar os primeiros passos em Vila Franca de Xira. Tem três dezenas de associados, mas quer chegar aos 500 para eliminar os intermediários, reduzir os custos de transporte e baixar preços.
A recém-criada Cooperativa de Consumo de Produtos e Serviços Biológicos, com sede em Vila Franca de Xira, está empenhada na criação de um mercado local de produtos biológicos. Havendo um mercado de consumidores, cria-se uma oportunidade de negócio. E os produtores da região ganham um local onde colocar os seus produtos, acreditam os responsáveis da cooperativa. Eliminar os intermediários e as despesas como os custos de transporte pode permitir baixar o preço dos produtos e ao mesmo tempo aumentar os rendimentos dos produtores. Mas para isso a cooperativa terá que dilatar em muito o número de cooperantes, actualmente a rondar os trinta elementos. “Se houvesse uma cooperativa com mais de 500 consumidores em dois anos metade dos produtos que venderíamos seriam da localidade”, atesta o representante da instituição, Francisco da Costa.Para atrair cooperantes a entidade está a apostar num trabalho inicial de divulgação de informação sobre este tipo de agricultura. A produção de produtos agrícolas sem recurso a químicos ainda é uma actividade desconhecida até por muitos agricultores. A aposta passará dar formação aos agricultores sobre as vantagens desta “agricultura saudável” e sensibilizar os consumidores através da venda directa em feiras locais. “É importante habituar as pessoas a verem os produtos biológicos à venda”, explica Francisco da Costa. Para isso a cooperativa tem em mente, além da abertura de um espaço de venda ao público em Vila Franca de Xira, a criação de parcerias com restaurantes e lojas da região. “O meu sonho era tomar um pequeno-almoço com leite, pão, manteiga e café biológicos. Ter a oportunidade de ter essa escolha num qualquer café de Vila Franca de Xira”, explica o responsável.Para os representantes da cooperativa Vila Franca tem condições para liderar o processo de conversão de agricultura tradicional em agricultura biológica. “Tem um peso da agricultura ainda considerável e poderia desenvolver uma imagem de marca a esse nível”, defende Francisco da Costa. É com esse intuito que a entidade pretende gerar uma associação de produtores com a qual quer trabalhar directamente. A cooperativa, criada em Janeiro deste ano, atravessa uma fase inicial de organização e consolidação. “A fase mais difícil é agora, precisávamos de um grande investimento mas não há dinheiro”, confessa o responsável. O sucesso da implementação da cooperativa só depende de um factor, segundo Francisco da Costa: “vai depender muito da forma como a malta nova se mobilizar para este projecto, precisamos de pessoas”. “Já fizemos acções em que as pessoas não apareceram”, lamenta.Na opinião do consumidor “está a acontecer uma revolução silenciosa”, mas é preciso juntar as pessoas, “criar outra vez comunidades organizadas que mudem o rumo das coisas”.
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