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Moradores de Trancoso continuam insatisfeitos com a presença da pedreira

Luta por “uma melhor qualidade de vida” já dura desde 2004
Os habitantes de Trancoso, freguesia de São João dos Montes, Vila Franca de Xira, voltaram a marcar presença numa reunião de câmara, no dia 2, para se queixarem da poeira levantada pela exploração da pedreira da Mota-Engil que opera na localidade. “A nossa qualidade de vida está a degradar-se constantemente”, queixou-se o morador Vicente Reis. “Eu não quero contra-ordenações, quero é que a poeira não venha todos os dias para cima de mim”, completou. A emissão de poeira provocada pelos rebentamentos na exploração e pela passagem de viaturas e o impacto na agricultura são as principais queixas que apresentam contra a pedreira. “Até as nossas oliveiras estão a morrer”, referiu Ana Dionísio.Outro morador, António Silva, admitiu que a situação “melhorou um pouco, mas o problema não está resolvido”. “Passámos de uma morte súbita para uma morte lenta”, descreveu.A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, defendeu que a câmara sempre foi contra a abertura daquela pedreira e prometeu marcar uma reunião com os responsáveis da empresa para conversar sobre as preocupações dos moradores. “Em vários momentos temos feito reuniões para resolver problemas”, afirmou.A luta dos moradores de Trancoso já dura há alguns anos. Em Setembro de 2006, foi entregue à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, à Inspecção-Geral do Ambiente e à Quercus um abaixo-assinado subscrito por duzentas pessoas. Os protestos já vinham desde 2004. “Dá a sensação que só quando falamos do assunto é que há melhorias, depois volta tudo ao mesmo”, explicou Ana Dionísio. Em Setembro de 2007, e após uma reunião com os responsáveis da pedreira, Maria da Luz Rosinha anunciava que estava a ser analisada a hipótese de afastar a passagem de camiões da localidade. Em Abril do mesmo ano, o representante da direcção da Mota-Engil, Fernando Silveira, garantia a O MIRANTE que os camiões da empresa não passavam pela localidade. “Esta é uma das poucas pedreiras do país com certificação ambiental. Tratamos os resíduos, fazemos medições de poeira constantes e todos os dias procuramos novas medidas de protecção ambiental”, complementava.Para algumas habitações ficou também prometida a instalação de medidores para que se percebesse se os rebentamentos na pedreira estariam a causar danos nas habitações. Os responsáveis da pedreira garantiam que tal não acontecia. Durante uma visita às instalações, em 2007, a autarca constatou que a empresa havia instalado pontos de rega com sensores que funcionavam em função do vento e dos níveis de poeira. O objectivo era evitar que a poeira prejudicasse as pessoas, mas as queixas continuam.

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