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Sequestrador de São Domingos internado compulsivamente num hospital psiquiátrico

Homem de 33 anos foi dominado pelo Grupo de Operações Especiais após oito horas de tensão

O aparato montado no bairro captou as atenções de muitas dezenas de populares, que aplaudiram a Polícia no final de uma operação onde os bombeiros municipais também foram peça importante.Ver Vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=22932&Action=noticia

O homem que teve a mãe e a irmã sequestradas no interior da residência durante quase oito horas no passado domingo foi internado num hospital psiquiátrico. Essa foi a medida de coacção aplicada pelo Tribunal de Santarém após primeiro interrogatório judicial. A situação acabou por ser resolvida à força pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP mas sem recurso a derramamento de sangue. Algumas das muitas dezenas de pessoas que assistiram ao episódio da praceta Defensores da Pátria, no bairro de São Domingos, aplaudiram os operacionais e criticaram o sistema legal que permite que um homem identificado na sexta-feira anterior por autoria de fogo posto pudesse estar livre menos de 48 horas depois para cometer novos crimes.Eram 14h10 de domingo quando os agentes do GOE da PSP dominaram o infractor, nascido em 1975. Os operacionais actuaram numa altura em que se viviam momentos de alguma tensão, pois o homem havia agarrado a irmã e ameaçava-a com uma faca. Com os gritos das mulheres perfeitamente audíveis no exterior, onde se acumularam muitas dezenas de pessoas, houve quem temesse pela integridade física das sequestradas. O homem foi neutralizado com disparos de uma arma que emite choques eléctricos e posteriormente transportado de ambulância ao Hospital de Santarém. Recolheu depois aos calabouços da PSP até ser presente a tribunal na segunda-feira. Os agentes encapuzados entraram em casa através de uma janela das traseiras daquele segundo andar, numa altura em que os Bombeiros Municipais de Santarém operavam a auto-escada na parte frontal do prédio para tentarem retirar as duas mulheres pela janela onde estiveram grande parte do tempo. Aparentemente uma manobra de diversão que facilitou a actuação dos operacionais.A situação já se arrastava desde as seis e meia da manhã de domingo, quando o indivíduo começou a atirar objectos para a rua, como botijas de gás, um fogão, computador, televisor, cadeiras, mesas, causando danos avultados em diversos automóveis estacionados. Cortou ainda as torneiras de abastecimento de gás e ameaçou incendiar a habitação. Entretanto o gás foi cortado em todo o prédio.Durante o longo período de sequestro, um irmão tentou acalmar o homem do exterior e os agentes da PSP tentaram igualmente a via da negociação, que se mostrou infrutífera. As mulheres sequestradas estiveram longo tempo à janela do segundo andar e foram trocando mensagens com a polícia e com o familiar que se encontrava no exterior, perante a curiosidade dos populares.Para o comandante distrital da PSP, que acompanhou a operação, tudo acabou em bem. Segundo António Simões, tentou-se negociar com o indivíduo em vão. “Tentámos resolver as coisas a bem mas não foi possível. Acabámos por entrar na residência e dominar o indivíduo sem haver feridos”Familiar admite problemas psíquicos do irmãoPara Maria Costa, 43 anos, uma das irmãs do sequestrador, o acto do irmão mostra bem o estado em se encontra. “Uma pessoa que faz o que ele faz não está boa da cabeça. Contaram-me dos carros partidos. A vida tem sido má para a minha mãe. Ele dizia-lhe coisas, não tem cabeça e só pensa que lhe querem fazer mal. Dizia que os vizinhos queriam o mal dele e tem a mania da perseguição. Tem isto há cinco anos”, contou já com os ânimos acalmados. Uma vizinha daquela família desabafava no final do episódio. “Aqui há uns anos fez uma montagem com botijas de gás que isto iria tudo pelos ares se não estivessem vazias. Ele agora fica um dia ou dois na psiquiatria e depois mandam-no embora. Continua a fazer isto e põe muita gente em risco”, afirmava.Na sexta-feira, o detido havia sido identificado pela PSP por ter ateado alguns incêndios na periferia da cidade mas foi colocado em liberdade horas depois porque a legislação só permite a sua detenção se apanhado em flagrante ou se o crime for praticado em zona florestal, o que não era o caso.

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