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Jovem professor residente em Santarém ganhou Prémio Científico IBM

Jovem professor residente em Santarém ganhou Prémio Científico IBM

Maior distinção na área da informática atribuída em Portugal no valor de 15 mil euros

Paulo Sousa é investigador do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Aos 29 anos, Paulo Jorge Paiva de Sousa ganhou a maior distinção na área da informática atribuída em Portugal. Dia 9 de Julho foi-lhe atribuído o Prémio Científico IBM 2007 pelo trabalho de investigação intitulado "Segurança e Disponibilidade através de Resiliência Proactiva" pela IBM Portugal, no valor de 15 mil euros. A cerimónia decorreu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), onde lecciona como professor auxiliar convidado, e foi presidida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago. A técnica desenvolvida está ligada à regeneração de sistemas informáticos, que Paulo Sousa explica; “Cada vez que um computador é reiniciado (reboot) altera o sistema operativo, as passwords e um conjunto de informações de segurança de forma a que ataques dos chamados piratas informáticos que tenham resultado no passado deixem de ter efeito”.Nos protótipos desenvolvidos, a regeneração ocorre a cada dois minutos e meio. O sistema é replicado em vários computadores de modo a que o efeito do ataque a um aparelho seja eliminado pelos restantes. “Se a barreira for rompida os computadores regeneram-se proactivamente”, explica Paulo Sousa.A firewall criada é designada de CIS – Crutial Information Switch e pode ser aplicada em qualquer sistema operativo. O desenvolvimento da tecnologia decorreu no âmbito do projecto europeu Crutial durante dois anos, que tinha como objectivo aumentar a segurança das infra-estruturas eléctricas, nomeadamento dos sistemas informáticos usados nestas infra-estruturas. Apesar do reconhecimento dos resultados, a firewall não está patenteada. “Somos mais adeptos da partilha livre desses equipamentos e contribuir para o bem comum”, refere o docente e investigador.O projecto desenvolvido aplica-se a qualquer sistema ligado à internet mas centra-se nas chamadas infra-estruturas críticas. “Antigamente os hackers limitavam-se a entrar e alterar sites e disso se gabavam. Hoje em dia há ciber-criminosos e organizações terroristas que se focam nas grandes infra-estruturas. Da infra-estrutura eléctrica tudo depende: a água, o gás, as telecomunicações. As comunicações que se faziam por redes alugadas são hoje feitas via internet. E são apenas seguras pelas chamadas firewalls, guardiães que apresentam vulnerabilidades gravíssimas. Um ciber-criminoso que consiga descobrir essas vulnerabilidades e entrar compromete essa instalação e as restantes, já que dependem umas das outras, podendo colocar um país num caos”, explicita Paulo Sousa. Dedicação à informática e adepto da matemáticaFora do bulício de Lisboa o professor e investigador encontrou em Santarém a calma desejada. Reside com a mulher e três filhos numa vivenda do bairro de S. Domingos há cerca de dois anos. “É uma cidade muito calma, acho mesmo que é a capital de distrito mais calminha do país e não está assim tão longe de Lisboa”, diz com um sorrisoPaulo Sousa nasceu em Lisboa e passou grande parte da vida na Brandoa, Amadora. Migrou para Quarteira durante três anos. Os pais não tinham grandes posses. Conseguiu ter o primeiro computador, o Spectrum 128 K+2, onde “jogava e fazia uns programitas em Basic”. Nessa altura queria ser professor de matemática. “Sempre gostei muito da disciplina, a única em que não tinha de estudar e marrar, bastava pôr a cabeça a pensar. Não sei porque é que os jovens de hoje têm tanta coisa contra a matemática quando há que tentar compreender” argumenta.Tirou o curso tecnológico de administração por ser o mais próximo à informática que havia na sua escola secundária. Tirou a licenciatura em Informática na FCUL e surgiu o convite para ficar a fazer investigação. Durante dois anos colaborou no projecto europeu Córtex, a estudar a forma de autocoordenar dispositivos móveis como carros.
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