O maestro Mário Coelho reviveu momentos altos duma carreira de mais de 50 anos de triunfos no sábado, 12 de Julho, em Espartinas, próximo de Sevilha. O toureiro de Vila Franca, com 73 anos de idade, cortou duas orelhas e saiu em ombros após uma lide soberba que culminou com a estocada de um novilho escolhido pelo amigo Juan António Ruiz ‘Espartaco’, que, tal como Mário Coelho, foi uma das melhores figuras de sempre do toureio a pé. O toureiro espanhol assistiu ao festival e participou na homenagem ao amigo e companheiro das arenas. “É um grande toureiro e um senhor”, disse Mário Coelho.O toureiro de Vila Franca foi o convidado de honra de um festival que juntou seis jovens ‘diestros’ que ambicionam ser matadores de toiros. A iniciativa foi organizada pelo presidente da câmara de Espartinas que homenageou o matador Mário Coelho.“Foi uma homenagem muito bonita que me sensibilizou imenso pelo carinho do público, dos autarcas e dos toureiros locais”, disse a O MIRANTE o matador de toiros de Vila Franca. Sobre a faena, o maestro referiu que lhe correu de feição. “O novilho saiu muito bem e julgo que cumpri com uma faena que agradou”, disse. Mário Coelho despediu-se das arenas portuguesas em Vila Franca de Xira no dia 4 de Junho de 2005 quando comemorou 50 anos de toureiro. Nestes últimos três anos tem rejeitado imensos convites para participar em festivais. Confessa sentir alguma dificuldade em manter a forma física exigida a um toureiro. “É preciso estar muito bem fisicamente. Já tenho alguns problemas nos joelhos”, adianta.O maestro vai continuar a treinar para preparar o festival da despedida em Villapando, Zamora (Espanha) em Agosto com data ainda por confirmar. Será o regresso à praça onde triunfou no dia 22 de Junho ao lado do matador de toiros André Vasquez. Na altura cortou duas orelhas e rabo. “Será o meu último festival. Foi uma promessa que fiz. Depois de me despedir em Vila Franca, vou fazê-lo em Espanha”, conclui. Mário Coelho foi considerado um dos melhores toureiros do mundo. Foi um exímio bandarilheiro, considerado por muitos “o melhor”. Toureou mais de três mil toiros e triunfou nas principais arenas do mundo. A sua história está exposta na casa Museu Mário Coelho, em Vila Franca de Xira onde está disponível um conjunto de memórias de 50 anos de actividade taurina do maestro vila-franquense.