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Rocambolesco Manuel Serra d’Aire

Ando preocupado com o que se está a passar com a Igreja Católica, atendendo a alguns sinais que tenho registado. É verdade que não tenho acompanhado nos últimos anos com o cuidado devido as actividades dessa corporação religiosa que, pelos vistos, aproveitou essa desatenção para se desviar dos caridosos caminhos e propósitos a que nos habituou desde que deixou de brincar com o fogo, já lá vão uns dois séculos. E é isso mesmo que aqui me traz, porque me parece que as tendências pirómanas de alguns fundamentalistas estão a renascer das cinzas. À falta de hereges para o churrasco, pagou um pinhal ali para as bandas de Azambuja. Não sou eu que o digo, são as autoridades citadas por O MIRANTE: o incêndio à beira da A1 terá sido causado por uma beata. Francamente…Quero aqui deixar uma palavra de solidariedade ao presidente da Câmara Municipal de Almeirim, Sousa Gomes (PS), que tem sido vilmente acusado de comportamento anti-democrático por não ter partilhado com a sua vereação as negociações para levar uma prisão para o seu concelho. Quem assim fala não percebe nada da poda. Deviam saber que o segredo é a alma do negócio (vejam o caso de Fátima) e que se o autarca passasse palavra aos eleitos da oposição (os do seu partido e os dos outros) vinha aí um escarcéu medonho e nem prisão nem presos ali aterravam tão cedo. O que seria catastrófico para os comerciantes de limas, sabonetes e afins…Nestas coisas o silêncio deve ser de oiro. Ninguém avisa os coelhos antes de ir à caça. Embora os ingleses toquem umas cornetas quando vão às raposas, mas esses conduzem pela esquerda, portanto não são para aqui chamados. Imagina só se o actual primeiro-ministro português avisasse o pessoal durante a última campanha eleitoral que ia subir o IVA. Claro que não era eleito. E maior catástrofe do que essa não consigo conceber. Abençoado silêncio. Abençoadas maquinações de gabinete.A questão dos sobreiros faz-me meditar sobre o modelo de desenvolvimento do país - se é que isso existe: o modelo, o desenvolvimento e o país - e encontrar respostas para a desertificação que afecta o nosso interior, particularmente o Alentejo. Está mais que visto que o mal do Alentejo é ter sobreiros a mais. É uma autêntica praga. Uma pessoa não anda dois passos sem esbarrar num. E obviamente com tanto sobreiro não se pode construir nada. Não há espaço. E se não se pode construir nada não há fábricas, prédios, centros comerciais, arrumadores, autarcas que sabem negociar e por aí fora. Arranquem de lá os sobreiros que vão ver as massamás a medrar como cogumelos. Porque obrar é preciso. Será o fim da desertificação do interior e com ele o dos maçadores discursos dos políticos sobre o tema. Obremos pois e que se lixem os sobreiros! Um bacalhau na brasa do Serafim das Neves

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