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Cooperativa de construção reclama dívidas de entidades públicas para fugir à falência

Cooperativa de construção reclama dívidas de entidades públicas para fugir à falência

Planotejo já não tem empregados e o seu presidente já teve que ser operado de urgência ao coração

Se as entidades públicas para quem a Planotejo executou obras pagassem o que esta reclama de dívidas, a cooperativa não estava a um passo de fechar as portas.

A cooperativa de construção Planotejo, em Alpiarça, tem a correr um processo de insolvência no Tribunal de Almeirim, na sequência de uma acção de um fornecedor a quem deve 12 mil euros. Os atrasos nos pagamentos das entidades públicas e privadas para quem a cooperativa executou trabalhos afogaram-na em problemas. Os funcionários foram para o desemprego. As instalações estão fechadas. Só há vida no escritório onde o presidente vai mergulhando em milhares de papéis à procura de soluções para evitar o fecho de uma das poucas cooperativas de construção que até agora se mantinha em actividade. A Planotejo, com mais de 30 anos de actividade, deve a outras empresas cerca de 700 mil euros. Mas tem para receber, só de entidades públicas, 1,7 milhões de euros. O presidente da cooperativa, Pedro Carlos, diz que já avançou com processos em tribunal para tentar receber estes montantes distribuídos por dívidas da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Hospital de Santa Marta em Lisboa, e câmaras municipais como as de Alpiarça, Cartaxo e Entroncamento que nalguns casos andam há anos para liquidar os trabalhos efectuados.Pedro Carlos não esconde a angústia e a revolta. A cooperativa tem projectos de construção de edifícios para Alpiarça mas o banco já não lhe empresta dinheiro. A firma está inibida de passar cheques tal como os seus directores. Dos 40 trabalhadores permanentes nos últimos tempos só restavam 15 que agora tiveram que ir para o desemprego. O drama social respira-se no edifício antigo onde funcionam os escritórios da cooperativa, perto da sede do PCP de Alpiarça. Pedro Carlos já tinha feito quatro cateterismos mas devido ao agudizar das complicações na cooperativa os problemas cardíacos do presidente agravaram-se e teve que ser operado de urgência. “Enquanto puder vou fazer tudo para conseguir receber o que nos devem e lutar para que a cooperativa não feche as portas”, diz. Pedro Carlos já fez as contas e diz que se recebesse metade do que devem à cooperativa esta já tinha pernas para andar. E há dívidas que vêm de 2003, como é o caso da Câmara de Alpiarça de quem a Planotejo reclama 220 mil euros de obras, juros de mora referentes a duas obras – pavilhão de atletismo e ampliação dos Paços do Concelho. Pedro Carlos garante que vai continuar a bater à porta dos devedores e não descansa enquanto não conseguir resolver a situação. Com o processo de insolvência, se os credores da Planotejo decidirem que esta não tem condições para continuar de portas abertas é decretada a falência. Se isso acontecer, o património é vendido para pagar as dívidas da cooperativa e apaga-se um sonho com trinta anos.
Cooperativa de construção reclama dívidas de entidades públicas para fugir à falência

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