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Debaixo do chapéu azul e vermelho às riscas António Dinis

Debaixo do chapéu azul e vermelho às riscas António Dinis

Debaixo do chapéu azul e vermelho às riscas António Dinis protege-se do sol que se faz sentir. A música que toca no rádio portátil ajuda a passar o tempo. Há duas décadas que decidiu montar uma banca com doces regionais e guloseimas à entrada do jardim Constantino Palha junto à estação de comboios, em Vila Franca de Xira. Uma alternativa à fraca reforma. A falta de vista obrigou-o a reformar-se antes do previsto. O seu desejo era continuar a dedicar-se à sua profissão de cozinheiro. Trabalhou em vários restaurantes da cidade até ao dia em que decidiu ir fazer o mesmo para Inglaterra. Diz que nas terras de Sua Majestade a cozinha portuguesa era rainha. Gaba-se do seu cabrito à ribatejana. Conta que quem comia chorava por mais. Mas o apego à terra natal falou mais alto e resolveu voltar.Agora a comida é outra. Pão doce, ferraduras, bolos de coco, queijadas, cavacas das caldas, suspiros e muitas guloseimas para as crianças que brincam no parque infantil perto do seu estabelecimento móvel. Também tem pevides, amendoins e tremoços para enganar o estômago de quem sai do comboio e ainda tem um longo caminho a percorrer até chegar a casa.António Dinis, 76 anos de idade, conta que os tempos não estão fáceis. Não há dinheiro e as pessoas apertam o cinto. A situação tem reflexos no negócio. Nem sempre consegue facturar mas continua a montar a sua banca todos os dias. Haverá um dia em que o negócio melhorará. António já sabe que nos dias de maior calor o negócio é mais fraco. As pessoas fogem para a praia. Mas ele continua ali. Firme no seu posto.Ana Isabel Borrego
Debaixo do chapéu azul e vermelho às riscas António Dinis

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