Tem algum livro de cabeceira?Tenho uma montanha de livros. Desde romances passando por ficção. Leio um de cada vez, mas se gosto é até o devorar. Ou eu encontro o livro ou é o livro que me encontra a mim... O último que li foi da Nora Roberts: “A Ilha das Três Irmas”. Tem um pouco de magia e fantasia, mas também precisamos disso na nossa vida. Já pensou em emigrar?Estive sete anos na Alemanha. Foi uma fase espectacular. Aconselho. Trabalhei numa gelataria e tinha uma patroa espanhola. Foi uma mistura de culturas. E nós aprendemos muito. Mas tem uma parte negativa. Voltamos para cá cheios de ideias e com a mente mais aberta. Mas quer-se fazer alguma coisa e não se consegue. É um choque. A mudança de mentalidade vai demorar muito?Vai... Nem sei se lá chegamos. Dá-me a sensação que nós fazemos só por fazer, mas se temos potencial para fazer mais porque não avançar? Fazemos um bocadinho e contentamo-nos. Não é uma questão de ambição desmedida. É como o futebol. Estamos quase lá. Este ano é que vamos ganhar... E ficamos sempre ao lado.. Há falta de empreendedorismo ou as dificuldades do mercado são muitas?Por exemplo, acho que se podia fazer mais em Azambuja. Vamos a Valada, que é tão pequena, e encontramos muita gente que aproveita para estar perto do rio. Em Azambuja há uma tabuleta a dizer “Palácio”. O que é que lá está? Se fosse arranjado era um espaço engraçado. Também é verdade que há pessoas que só sabem destruir. Mas isso tem que ser combatido...Ainda faz sentido a luta pela igualdade entre os géneros?Faz provavelmente para algumas mentalidades que ainda não chegaram lá. Para essas pessoas vale a pena continuar a “lutar”. Há pessoas para quem a mulher não é nada. Não é bem assim. Somos iguais e todos temos os mesmos direitos. Tinha coragem de fazer uma operação plástica?Não! A idade é um posto. Os cabelos brancos fazem parte da vida. Nunca faria uma operação plástica. As pessoas que querem ter boa aparência têm que se cuidar. Fazer exercício físico, ter atenção àquilo que comem, não é chegar lá e dizer 'tire-me aqui este bocado que está a mais' . Até odeio agulhas! Com muito dinheiro faria outras coisas para os jovens e idosos. Se calhar por isso é que eu não chego a lado nenhum...Onde seriam umas férias de sonho?Nesta fase da minha vida já deixei de sonhar porque a realidade veio para cima de mim “tipo 100 quilos”... Gostava de ir à Grécia ou a qualquer país que tivesse um pouco de história. Mas sair de Azambuja para passar uns dias fora já seria óptimo.