Quando se fala em voltar de vez o vilafranquese Carlos Póvoa é assertivo. “É óbvio que quero voltar, mas a decisão terá que ser partilhada pela minha família. O voltar seria o regresso a tudo aquilo que amo e que me liga a esta terra e a este país”. Já Canu, de Riachos, com o coração dividido de quem tem um filho cá e outro lá, num primeiro tempo, fala-nos com a razão de quem se sente mais bem assistido em França. “Não volto de vez porque a assistência médica em Paris é melhor.” Comenta ainda que lá tem tudo à mão: “Aqui, em Riachos, para comprar O MIRANTE tenho de ficar à espera que o dono da livraria se lembre de abrir a porta, seja a que horas for”. Diz que se sente um homem sentado em duas cadeiras. “Sou um tipo insatisfeito. Passo 15 dias em Paris e fico deserto para me vir embora, passo 15 dias aqui e acontece-me o mesmo.” Mas quando a hora começa a ficar adiantada e a conversa está prestes a terminar, o desabafo do coração resume a história: “Foi aqui que eu comecei e espero acabar cá, voilà…” diz Canu, com a voz trémula de quem se comoveu.