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Assembleia Municipal do Cartaxo repete votação e aprova empréstimo de 13 milhões

Assembleia Municipal do Cartaxo repete votação e aprova empréstimo de 13 milhões

Oposição critica erro político do PS e denuncia má gestão camarária

O empréstimo bancário ainda tem de ser visado pelo Tribunal de Contas.

Uma semana após ter autorizado a contratação de um empréstimo de 13 milhões de euros para pagamento de dívidas a fornecedores, a Assembleia Municipal do Cartaxo voltou a ratificar o documento no dia 31 de Julho. Mas desta vez com todos os documentos na posse dos deputados.Na sessão anterior a maioria PS tinha feito passar a proposta, apesar dos alertas da oposição que lembrou que nela não constavam as três melhores propostas de entidades bancárias, com a indicação da entidade vencedora, além do mapa de endividamento da autarquia. Dados essenciais para evitar que o documento pudesse ser chumbado pelo Tribunal de Contas por falta de elementos essenciais. A oposição voltou a tecer duras críticas aos socialistas e exigiu que reconhecessem o erro em que incorreram. Vasco Cunha (PSD) quis saber quem foi o responsável por não terem sido distribuídos os documentos. O presidente da câmara, Paulo Caldas (PS), assumiu a responsabilidade e garantiu que vai responder por escrito ao deputado. O presidente da assembleia, eleito pelo PS, não deixou também de manifestar o seu desagrado pela forma como decorreu a primeira assembleia e justificou ter convocado nova sessão para que não se incorresse numa irregularidade formal. “Provavelmente na próxima sessão correrei o risco de ser antidemocrático e suspendo-o de imediato se as coisas não correrem bem”, deixou António Góis em jeito de alerta. Na defesa da posição socialista, José Gameiro recorreu à legislação aprovada pelo Governo para salientar que só autarquias que pagam a mais de seis meses podem recorrer àquele tipo de empréstimos. E pediu à oposição que ajudasse a aprovar o documento que serve para pagar a terceiros e ajudar as empresas. “Este governo furou a Lei de Finanças Locais e deixou de penalizar os municípios”, elogiou o deputado socialista. Vasco Cunha ficou inconformado com a argumentação. O deputado social-democrata lembrou que é Paulo Caldas o responsável pela gestão da câmara desde 2001 e que tem tido na bancada do PS e, em particular em José Gameiro, os principais cúmplices da sua política. “Reconhecem agora que a câmara está a precisar de um saneamento financeiro, quando antes falavam que se pagava a 70 dias e afinal se paga a 358 dias. Não vale a pena chantagear a oposição e o PSD, que viabilizou contas e orçamentos. Mas agora basta”, concluiu Vasco Cunha.Pela CDU, Rogério Coito lembrou que a autarquia deu passos maiores que as pernas na sua gestão. O deputado da coligação considerou ainda que o empréstimo vem onerar a câmara com mais juros a que se somam outros compromissos financeiros já assumidos, para concluir que “o futuro fica fortemente hipotecado e vai manietar as hipóteses de investimento pelos autarcas a partir de 2009”.O BE alinhou no tom crítico e Francisco Colaço deixou entender que com a justificação do pagamento de dívidas a câmara quer fazer um brilharete eleitoral em 2009, com recurso a todo o tipo de despesas.Na defesa da opção tomada, Paulo Caldas reconheceu alguns erros e as elevadas despesas efectuadas ao longo de anos, mas afirmou que estas se traduzem em obra feita que é visível pelo concelho, com o aproveitamento dos fundos comunitários. “Vamos consolidar financeiramente a dívida do município e receber receitas extraordinárias que irão servir para fazer mais investimentos”, assegurou Caldas. Em termos formais a assembleia votou a revogação do ponto da assembleia anterior que autoriza a contracção do empréstimo e aprovou de novo a autorização do empréstimo, com todos os dados na posse dos deputados. Na questão da revogação, PSD votou contra, o PS e a CDU a favor, enquanto o BE não participou na votação e dois deputados socialistas abstiveram-se por terem estado ausentes na sessão anterior. Na votação da contracção do empréstimo PSD, CDU e BE votaram contra enquanto toda a bancada socialista votou a favor.
Assembleia Municipal do Cartaxo repete votação e aprova empréstimo de 13 milhões

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