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S. Marcos em procissão sobre as águas do Tejo

S. Marcos em procissão sobre as águas do Tejo

As badaladas do sino da aldeia anunciam a saída da procissão. São seis da tarde. Toca a banda na aldeia ribeirinha do Arripiado, concelho da Chamusca. Nas janelas e varandas da aldeia há colchas penduradas. As ruas cheiram a rosmaninho e a pétalas de flores. Ermelinda Marques, com os cotovelos apoiados no parapeito da janela reza pelos seus. Este ano não pode acompanhar S. Marcos até à margem do rio Tejo. A sua mãe, na casa dos noventa anos, está aos seus cuidados e não a pode deixar sozinha em casa. De terço na mão, emociona-se quando a imagem de S. Marcos, padroeiro da aldeia ribeirinha, passa à sua porta. “Há 37 anos que acompanho com devoção este momento. É uma coisa sem explicação! Ouvir a banda e ver a procissão. Cria muita emoção. Choro sempre e peço muitas coisas ao S. Marcos e à Senhora da Piedade. Para mim é emocionante. Sou muito crente”, vai explicando enquanto enxuga com um lenço as lágrimas que lhe humedecem o rosto. O santo atravessa o rio em procissão a 15 de Agosto. Na margem direita, em Tancos, Vila Nova da Barquinha, encontra-se com a imagem de Nossa Senhora da Piedade. A Festa chegou a chamar-se do rio e das aldeias. Agora só há festa no Arripiado mas a celebração religiosa continua a fazer-se nas duas margens do Tejo. Em Tancos, no anfiteatro ribeirinho ao ar livre, as bancadas começam a preencherem-se para se assistir à missa, que de há dois anos para cá se celebra ali e não na igreja. No fim, ao pôr-do-sol, S. Marcos volta a atravessar o rio de volta à sua casa. Nélson Lopes faz parte do Grupo de Jovens do Arripiado. São cerca de três dezenas. Durante o fim-de-semana alargado de Agosto, entre os dias 14 e 17, não param. “Desde 2006 que decidimos ser nós a organizar as festas aqui, antes era a Câmara. Por esta altura existem muitas famílias que visitam a terra onde nasceram e gostam de vir cá pelo que se fazia antigamente, que é o arraial, as tasquinhas e a procissão. Queremos manter viva a nossa terra e apesar de por vezes termos prejuízo com os grupos de música que contratamos, há que não desistir”, explica.
S. Marcos em procissão sobre as águas do Tejo

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