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Doentes oftalmológicos não estavam em lista de espera

Os doentes com problemas oftalmológicos referenciados pela Câmara de Santarém para serem operados em Cuba no âmbito de um protocolo entre o município e os serviços médicos cubanos, não estavam inscritos nas listas de espera do Serviço Nacional de Saúde português e nem sequer tinham sido objecto de quaisquer exames médicos que comprovassem a doença.A informação, dada pelo presidente da autarquia, contraria o que foi dito na altura do anúncio do protocolo que permitia o envio para Cuba de doentes com problemas de cataratas. Com efeito, o presidente da câmara, Francisco Moita Flores (independente eleito pelo PSD) tinha explicado que a iniciativa se destinava a encontrar respostas para as pessoas que esperam há muito tempo por cirurgias. O rastreio das primeiras trinta pessoas de um grupo de cinquenta, que se inscreveram no programa, foi feito numa clínica em Vila Real de Santo António (Algarve), a cerca de 300 quilómetros de Santarém, que tem um acordo com o município local que também está a enviar doentes para Cuba.Moita Flores justifica o rastreio no Algarve, com o facto de a autarquia “ter aproveitado uma excursão de idosos, denominada “o passeio dos avós” àquela localidade. O MIRANTE sabe que foi ali feito porque existe um protocolo nesse sentido entre os dois municípios e os médicos que observaram os candidatos às cirurgias estão em contacto com os colegas cubanos que as fazem. David Vasques, responsável pelo processo dos doentes na Câmara de Vila Real de Santo António, confirma a situação e acrescenta que inicialmente as pessoas eram vistas por um clínico cubano, mas devido à oposição da Ordem dos Médicos, o município optou por recorrer a oftalmologistas locais. Quanto ao facto de os inscritos não fazerem parte de qualquer lista de espera, Moita Flores diz que “as listas de espera são apenas uma pequena parte do problema” e que “são demagógicas” porque as consultas nos Hospitais públicos estão “formatadas para debitar apenas determinado número de cirurgias”. O autarca acrescenta que a muitos doentes que se inscreveram no programa “nem lhes passou pela cabeça irem a uma consulta” nos serviços de saúde públicos na qual seria avaliado o seu problema.

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