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31 anos do jornal o Mirante
Joaquim José Lourenço

Joaquim José Lourenço

36 anos, produtor executivo

Nasceu na Chamusca a 6 de Dezembro de 1971. Com 17 anos foi estudar Sociologia para Coimbra mas acabou por dedicar-se à psicologia clínica. Na viragem dos trinta a paixão pelo música fala mais alto. Seis anos volvidos tira uma licença sem vencimento e actualmente dedica-se à produção espectáculos. Para QuimZé a vida é, de facto, um grande palco.

Sou um homem de paixões mas sou visceralmente infiel porque tenho várias ao mesmo tempo. Sociologia, Psicologia, Música… Gosto de me apaixonar e fazer com que as coisas se transformem em amor. Sempre fui assim e hei-de morrer assim. O drama é que depois me apaixono por outras coisas. Mas nunca me divorciei das minhas paixões profissionais. Sempre tive interesse em saber mais sobre relações humanas e o comportamento. Não tive dúvidas quando escolhi o curso de Sociologia porque era a ciência humana mais eclética, mais abrangente que conhecia. Estudei filosofia, política, economia, psicologia, antropologia… Fiz o curso, fui bom aluno e fiquei como assistente na Faculdade. No final do estágio apaixonei-me por Psicologia e pela capacidade de entrar dentro do outro. A partir desse momento comecei a fazer investigação nesta àrea e continuei com a minha carreira académica. Aos nove anos de idade o meu pai deu-me a guitarra e a música acompanhou-me desde a adolescência. A vida académica estava a tornar-me gordo. Um pouco antes dos trinta anos meti na cabeça que era capaz de montar um espectáculo meu, enquanto cantor. Tive aulas de canto e fui para o coro da Gulbekian. Fui evoluindo sozinho. Tinha vontade de tocar e aprender a tocar. Fui muito auto-didacta. Comecei a fazer amizades com muita gente do meio e depois tive alguem que me convenceu, ou eu mesmo, que se calhar era mesmo capaz de cantar. Arregaçei as mangas e montei um espectáculo que tinha que ser original. Chama-se Álbum de Recordações. A ideia era pegar em 30 temas da história da música nacional dos últimos trinta anos e voltar a arranjar esses temas. A estreia foi em 2002, na festa dos Rios e das Aldeias, no Almourol. O espectáculo continua a realizar-se, pelos auditórios do país, com aquilo a que eu chamo “a nata dos instrumentistas nacionais”. Este ano vamos para a Europa. Comecei a perceber que fazia falta alguém que se dedicasse às produções de espectáculos e fui pensando em algumas ideias. Em 2003, uns amigos meus que tinham uma empresa pediram-me para os ajudar a fazer o espectáculo dos Rolling Stones no Estádio de Coimbra. Foi um êxito. A seguir vieram-me pedir-me para fazer a tour dos Globetrotters (equipa de basquete americano). Nunca tinha feito tal coisa mas montei a tour nacional e a europeia também. A produção de espectáculos entranhou-se mas nunca se estranhou. Tornou-se uma paixão. Em 2006, os meus amigos ofereceram-me uma quota na sua empresa, a Bioevent Portugal e convidaram-me para trabalhar. Já tinha pensado em dar uma volta à minha vida e aceitei. Tudo começa naquilo a que chamo a esquina da vida, ali perto dos 30 anos. Quando a gente escolhe o que quer e deitamos fora o que não queremos. Meti uma licença sem vencimento da universidade e suspendi a actividade de psicologia clinica. Optei por trabalhar como produtor executivo de espectáculos nacionais e internacionais. Durmo muito pouco e planeio as coisas, sobretudo, à noite. Gosto de agarrar uma ideia e fazer com que cresça. Sempre fui uma pessoa enstusiasta e com espirito de iniciativa. Gosto de desafios. De me auto-testar. E sou muito exigente comigo mesmo, quase obsessivo. Tem que ser o melhor espectáculo do mundo. Quero que as pessoas se lembrem dos meus espectáculos daqui a 30 anos. Essa é basicamente a nossa única maneira de combater a mortalidade. Ou fazemos coisas que ficam na história ou temos filhos. Tenho a ideia de fazer um festival temático. Vou arregaçar as mangas neste Outono e Inverno para montar um festival único no próximo Verão. Entretanto, também vou entrar para estúdio enquanto cantor, arranjador e produtor. Vou gravar um disco que pretende ser um tributo a um escritor nacional de canções dos últimos trinta anos.
Joaquim José Lourenço

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