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O instrutor de condução que não se via a exercer outra profissão

O instrutor de condução que não se via a exercer outra profissão

Alcides Mendes diz que hoje é mais fácil aprender a conduzir

Alcides Mendes passa a maior parte dos dias dentro de um carro de condução, sempre com o pé em posição para travar quando os instruendos vão depressa demais. O instrutor de condução adora o que faz e não se via a exercer outra profissão.

Alcides Mendes é natural e residente em Coruche e adora conduzir carros. Por isso escolheu a profissão de instrutor de condução. Passa a maior parte do dia sentado no banco do passageiro a dar indicações aos aprendizes de condutor de como colocar as mãos no volante, de como circular na estrada e obedecer às regras do Código da Estrada. Escolheu ser instrutor há 15 anos. E se tivesse que optar por outra profissão? “Não sei”, responde. Alcides Mendes, 39 anos de idade, é uma pessoa que gosta do que faz. Enquanto fala com entusiasmo do seu trabalho, um jovem aguarda pelo início da aula pelas estradas da cidade de Santarém, onde exerce a profissão. Alcides Mendes não gosta de se atrasar. Os 50 minutos de aula são cumpridos a rigor, garante. O instrutor entrega a chave do carro ao aluno. “Tenho tanta confiança na condução dos meus alunos que até lhes dou a chave”, comenta. O aluno entra na viatura, regula-se o banco, coloca o cinto de segurança, regula o espelho retrovisor e pede-se permissão para iniciar a marcha. Ao fim de duas a três aulas de condução seguidas, o instrutor aproveita para esticar as pernas dando algumas aulas de código na sala de aulas. Recorrendo a um retroprojector vai mostrando imagens com as regras de trânsito. Os 20 alunos que tem à sua frente escutam com atenção. Para Alcides Mendes, hoje é mais fácil conduzir do que no tempo em que fez o seu exame de condução. “Actualmente as novas tecnologias e recursos pedagógicos facilitam a aprendizagem. “Quando comecei na profissão tinha um veículo sem direcção assistida em que era preciso ter muita força para fazer uma simples manobra. Agora o volante e os pedais são mais leves e até há ar condicionado nas viaturas. Isto tudo também ajuda e faz com que haja mais sucesso e mais tempo para aprender-se outras coisas”, conclui. Na sua carta de condução, falta-lhe apenas a categoria D, referente à condução de veículos pesados de passageiros. A aprovação de um aluno no exame de condução provoca-lhe um misto de alegria e de dever cumprido. Tem consciência que as primeiras viagens do novo condutor não serão fáceis mas sente que a preparação essencial está foi adquirida, revela o instrutor que tem carta de condução para conduzir todas as categorias, menos a de veículos pesados de passageiros.O nervosismo que assola o aluno nas primeiras aulas é colmatado com uma boa dose de boa disposição. “Levo os meus alunos para estradas menos movimentadas, por exemplo para as zonas de Fontainhas, Romeira ou Alcanhões”. Lá para a vigésima lição já existem condições para se conduzir no centro histórico da cidade, “onde as ruas são estreitas e é precisa outro tipo de perspicácia”, esclarece. Alcides Mendes já apanhou alguns sustos. Já teve que meter muitas vezes o pé ao travão para evitar um toque noutro carro. A sua experiência na formação de condutores permite-lhe afiançar que não existem melhores condutores homens ou mulheres. Tudo depende da afinidade que se tem com a condução. “Os homens são mais ágeis em situações delicadas. Mas qualquer mulher conduz bem”. A grande parte dos acidentes, são, na sua opinião, provocados pela “falta de civismo” dos condutores.
O instrutor de condução que não se via a exercer outra profissão

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